É crescente o número
de infeções respiratórias por coronavírus. A doença atinge 23 países
(confirmados) e tem mais de 17 mil casos na China (local de origem do vírus). O
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto alerta que o vírus pode atacar as vias
respiratórias pelo canal lacrimal. Basta colocar as mãos em uma superfície
contaminada e depois tocar os olhos ou nariz.
A superfície ocular
está conectada ao nariz pelo canal lacrimal, o que facilita a contaminação.
“Por isso temos sensação de areia, vermelhidão e lacrimejamento quando somos
atingidos por rinite, gripe ou resfriado”, afirma.
Um outro alerta do
médico é para o uso de colírios. "Está mais perigoso usar colírio sem
prescrição, principalmente se o desconforto ocular vier acompanhado de tosse,
espirro, coriza e febre que caracterizam a infecção por coronavírus",
adverte.
Quatro em cada 10
brasileiros já chegam aos consultórios usando colírio por conta própria quando
sentem algum desconforto nos olhos. “Se a irritação ocular estiver relacionada
a uma contaminação por coronavírus a falta de atendimento médico facilita o
desenvolvimento de uma infecção respiratória grave. Já nos olhos, o uso
indiscriminado de colírios pode agravar doenças oculares e provocar catarata ou
glaucoma quando a fórmula contém corticoide”, destaca.
Os vasoconstritores
conhecidos como adstringentes também não podem ser vistos como uma aguinha
inócua, porque podem elevar a pressão arterial se o ducto lacrimal não for
ocluído durante a aplicação.
Transmissão aérea
Queiroz Neto alerta
que o coronavírus também pode ser contraído pelo ar, espirro, tosse e contato
físico com pessoas contaminadas. Os grupos de maior risco são as crianças que
estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, idosos por serem naturalmente
mais frágeis diabéticos e pessoas com alguma doença pré-existente no sistema
respiratório ou coração.
Para dificultar uma
epidemia global, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso de
máscaras ajustadas sobre o nariz e boca, além de EPI (óculos de proteção) por
profissionais de saúde, parentes que têm contato com um familiar que contraiu o
vírus e pelas pessoas contaminadas.
Queiroz Neto afirma
que os óculos comuns não evitam o contágio por serem abertos nas laterais. O
contágio por coronavírus é semelhante ao da conjuntivite que exige afastamento
da escola ou trabalho, mas pode trazer consequências mais graves pondera. As
principais medidas elencadas pelo oftalmologista para prevenir infecção por
coronavírus são:
- Lavar as mãos com
frequência;
- Evitar levar as
mãos aos olhos e boca;
- Evitar aglomerações
em locais fechados que facilitam a proliferação de vírus;
- Não compartilhar
óculos, maquiagem, colírio, descongestionante nasal. talheres, toalhas e
fronhas;
- Manter os locais
arejados;
- Tampar a boca com
lenço descartável para tossir ou espirrar;
- Beber bastante
água.
Fonte: Folha Vitoria