O cuidado das pessoas idosas e mesmo das pessoas com a necessidade de cuidados, ainda ficam sob a responsabilidade de cuidadores familiares.
A Academia Nacional de
Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos divulgou um estudo em 2018
sobre cuidadores familiares e um dado chama a atenção.
A maioria dos
cuidadores familiares (63%) morrem antes do que as pessoas que estão sendo
cuidadas por eles próprios. Este é um reflexo da sobrecarga física e emocional
a que são submetidos os cuidadores familiares.
Pesquisas apontam que a
partir do segundo ano como cuidador familiar, o nível de estresse chega a tal
ponto que o cuidador pode perder o controle emocional e desenvolver doenças
pela falta de cuidados próprios.
As famílias geralmente
"elegem" um cuidador e este entra numa espiral sem direito à
descanso, sem tempo para cuidar de si ou dos seus interesses. Cuidadores
familiares acabam por abandonar seus planos profissionais, ficam isolados
socialmente e não recebem apoio dos demais familiares.
O foco do cuidador
familiar é o doente que ele cuida, não restando qualquer atenção para si
próprio, ocasionando a morte do cuidador (ou a sua incapacidade de cuidar) ao
passo que aquele que é cuidado seguirá recebendo a atenção necessária. Se não
pelo cuidador afetado, por um substituto que, enfim, surgirá.
Tenho dado a sugestão
para que as Unidades Básicas de Saúde criem grupos de apoio aos cuidadores. Um
espaço onde possam ter seus anseios, dúvidas e dores ouvidos. Ondem possam
receber orientação de profilaxia, de prevenção de lesão e de cuidados de saúde
para eles mesmos.
Este é um movimento que
vem surgindo, timidamente, nos hospitais que tratam doentes com diagnósticos
degenerativos ou incapacitantes e que acolhem seus cuidadores e familiares.