Após a decisão, os testes deixam de ser obrigatoriamente
feitos apenas em hospitais e clinicas.
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (28), a realização de
testes rápidos de diagnóstico de Covid-19, doença causada pelo novo
coronavírus, em farmácias e drogarias. Com a decisão, os testes deixam de ser
feitos obrigatoriamente apenas em hospitais e clínicas.
A medida foi aprovada
pela diretoria da agência por unanimidade em caráter temporário, enquanto durar
a situação de emergência de saúde pública nacional, decretada em 4 de
fevereiro. A autorização passará a valer a partir da publicação de uma
resolução da diretoria colegiada no Diário Oficial da União.
Os
estabelecimentos que quiserem realizar o exame deverão ter um profissional
qualificado durante todo o horário de funcionamento. A decisão autoriza a
aplicação, mas não obriga que as farmácias e drogarias disponibilizem os
testes. A adesão, portanto, é voluntária.
Farmácias são
estabelecimentos que vendem e manipulam remédios. As drogarias, só
vendem. A presença de um profissional farmacêutico é obrigatória em ambas.
Os testes deverão
serão feitos no local e o resultado deverá ser interpretado por um profissional
de saúde, juntamente com outros dados do paciente.
O teste rápido
(ensaio imunocromatográfico) é auxiliar no diagnóstico, mas não possui
finalidade comprobatória - ou seja, não servirá para a contagem de casos do
coronavírus no país. Isso acontece porque há possibilidade de que o teste
apresente "falso negativo". Isso pode ocorrer se o paciente for
testado no estágio inicial da doença em razão da ausência ou de baixos níveis
de anticorpos de Sars-CoV-2 na amostra.
"O aumento [dos
testes] será uma estratégia útil para diminuir a aglomeração de indivíduos [em
hospitais] e também reduzir a procura dos serviços médicos em estabelecimento
das redes públicas”, disse o diretor-presidente substituto da Anvisa, Antonio
Barra Torres, durante a reunião.
O diretor Marcos
Miranda fez uma observação de que as secretarias estaduais e municipais de
saúde devem se reunir com as farmácias para determinar um fluxo de informação
sobre os resultados desses testes.
A decisão foi apoiada
pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), conforme nota divulgada pelo conselho.
O órgão diz, na nota, que “reivindicou do Governo o envolvimento dos 9,8 mil
laboratórios de análises clínicas sob responsabilidade técnica de farmacêuticos
e das 88 mil farmácias na testagem da população, tanto no atendimento privado,
quanto público”.
Para o presidente do
conselho, Walter da Silva Jorge João, ”a inserção dos testes rápidos nas
farmácias comunitárias privadas é uma iniciativa importante para ampliar o
acesso aos exames, reduzir custos, evitar aglomerações, bem como diminuir a
procura de serviço médico em estabelecimentos da rede pública já altamente
demandada”.
“Se existem coletas
sendo feitas em drive-thru, pelos próprios órgãos públicos de saúde, é
perfeitamente razoável que os testes rápidos também sejam realizados nas
farmácias, pelo farmacêutico, que é um profissional da saúde habilitado”,
disse.
Fonte: G1