No mês em que
completa um ano de adesão ao Monitor de Secas,
coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o Espírito Santo pode
comemorar. De acordo com os indicadores avaliados pelos validadores do mapa,
não há registros de seca em território capixaba. O Estado não apresentou o
fenômeno depois de 12 meses de seca leve a grave.
Com base nos
indicadores, o mês de março foi marcado por chuvas acima da média no Espírito
Santo, contribuindo para a extinção da pequena área de seca fraca que se
apresentava no extremo norte capixaba. Com isso, o Estado é o único dos 12
acompanhados pelo Monitor de Secas que não registra o fenômeno em seu
território.
A diminuição da
intensidade do fenômeno começou a ser observada no início do ano, quando o
Estado passou a registrar maiores índices pluviométricos logo após um período
de estiagem, experimentada em 2019 especialmente na região noroeste.
Para o
diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio
Ahnert, a chuva ajuda a abastecer as áreas de recarga hídrica. “Com vazões
adequadas, os rios conseguem atender com mais equilíbrio às demandas
ambientais, sociais e econômicas de água, por isso saímos do mapa da seca neste
período”, avalia.
A melhora nas
condições climáticas, no entanto, deve ser encarada com racionalidade, conforme
pondera Ahnert. “A chuva dá um alívio, mas, infelizmente, não é garantia de
segurança hídrica. É preciso somar o que a natureza nos dá ao uso racional do
solo e da água, mesmo quando o recurso é abundante.”
O Monitor de Secas é
uma ferramenta que traça um mapa mensal da situação da seca nos estados do
Nordeste, em Minas Gerais e no Espírito Santo com base em dados meteorológicos,
hidrológicos e agrícolas. A Agerh, o Instituto Capixaba de Pesquisa,
Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Defesa Civil e Companhia
Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) são validadores do mapa no Estado.
Panorama nacional
Com as chuvas de
março, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca no Ceará,
Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Também houve a
redução da gravidade das secas que acontecem em Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe e Tocantins. Em março deste ano aconteceram chuvas acima da média no
Nordeste, com acumulados superiores a 100mm em relação à média em grande parte
dos estados nordestinos. No Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins, as chuvas
variaram de normal a um pouco acima da média histórica para o mês.
Por outro lado, em
alguns pontos do noroeste e centro do Maranhão, sudeste do Piauí, litoral e
Zona da Mata de Pernambuco, além do litoral sul da Bahia foram registradas
chuvas abaixo do esperado para o mês. O mesmo aconteceu em março no centro de
Tocantins, Triângulo Mineiro e sul de Minas Gerais.
O Monitor de Secas
vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à
seca e pode ser acessado tanto no site monitordesecas.ana.gov.br quanto
pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos
Android e iOS.
Texto: Francine Leite
e Raylton Alves (Ascom/ANA)
Assessoria de Comunicação da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh)