As contas externas
registraram saldo positivo em junho, informou hoje (28) o Banco
Central (BC). O superávit em transações correntes, que são as compras e vendas
de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros
países, chegou a US$ 2,235 bilhões. Esse foi o terceiro mês seguido de
superávit e, de acordo com dados revisados, é o maior saldo positivo para junho
da série histórica do BC, iniciada em 1995.
Em junho de 2019, foi
registrado déficit em transações correntes de US$ 2,659 bilhões. “Essa mudança
decorreu, principalmente, da redução de US$ 2,2 bilhões no déficit em serviços
e do aumento de US$ 2,2 bilhões no superávit comercial”, disse o BC, em
relatório.
No primeiro semestre,
as transações correntes tiveram déficit de US$ 9,734 bilhões, recuo de 53,6% na
comparação com o mesmo período do ano passado, quando o saldo negativo
chegou a US$ 20,998 bilhões.
Em 12 meses
encerrados em junho, o déficit chegou a US$ 38,2 bilhões (2,35% do Produto
Interno Bruto – PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país),
ante US$ 43,1 bilhões (2,58% do PIB) até o mês anterior.
Balança comercial
Em junho, as
exportações de bens totalizaram US$ 17,997 bilhões e as importações, US$ 11,099
bilhões, resultando no superávit comercial de US$ 6,898 bilhões, contra US$
4,714 bilhões no mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho, o superávit
comercial chegou a US$ 19,327 bilhões, ante US$ 22,412 bilhões do mesmo período
de 2019.
Serviços
O déficit na conta de
serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, entre
outros) atingiu US$ 1,371 bilhão em junho, ante US$ 3,550 bilhões em igual
período de 2019. No primeiro semestre, o saldo negativo chegou a US$ 11,187
bilhões, resultado menor que o registrado de janeiro a junho de 2019,
de US$ 17,653 bilhões.
“A pandemia de
covid-19 permanece afetando a conta de viagens internacionais, na qual se
observou diminuição interanual de 93,7% nas despesas líquidas [receitas de
estrangeiros no Brasil menos gastos de brasileiros no exterior] para US$
72 milhões em junho de 2020, em comparação a US$ 1,2 bilhão no mesmo mês do ano
anterior. Ainda na comparação interanual, ocorreram recuos de 55,3% e de 84,3%
nas receitas e despesas de viagens, respectivamente”, informou o BC.
O banco destacou
“reduções de 28,7% nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, para US$
941 milhões, e de 83,4% nas despesas líquidas de transporte, para US$90
milhões”, que também fazem parte da conta de serviços.
Viagens internacionais
Em julho, até o
último dia 23, a conta de viagens gerou receitas de US$ 93 milhões e despesas
de US$ 181 milhões, resultando no déficit de US$ 88 milhões. A conta de viagens
internacionais tem sido afetada pelas restrições de entrada e saída dos países
e pelas medidas de isolamento social, necessárias para o enfrentamento da
pandemia de covid-19.
Rendas
Em junho de 2020, o
déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários)
chegou a US$ 3,452 bilhões, contra US$ 3,876 bilhões no mesmo período de
2019. De janeiro a junho, o saldo negativo ficou em US$ 18,608 bilhões, ante
US$ 26,420 bilhões em igual período do ano passado.
A conta de renda
secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e
remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado
positivo de US$ 160 milhões, contra US$ 52 milhões em junho de 2019. Nos seis
meses do ano, o resultado positivo chegou a US$ 734 milhões, ante US$ 662
milhões em igual período de 2019.
Investimentos
Os ingressos líquidos
em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 4,754 bilhões no mês
passado, ante US$ 574 milhões em junho de 2019.
No primeiro semestre,
o IDP chegou a US$ 25,349 bilhões, ante US$ 32,233 bilhões nos cinco meses de
2019. Nos 12 meses encerrados em junho de 2020, o IDP totalizou US$ 71,7
bilhões, correspondendo a 4,41% do PIB, em comparação a US$ 67,5 bilhões (4,05%
do PIB) no mês anterior.
Em junho, após quatro
meses de saídas líquidas, os investimentos em carteira no
mercado doméstico somaram ingressos líquidos (descontadas as saídas) de
US$ 2,380 bilhões, dos quais US$ 1,948 bilhão em títulos de dívida e US$ 432 milhões
em ações e fundos de investimento. Nos seis primeiros meses de 2020, houve
saídas líquidas de US$ 31,252 bilhões, de ingressos líquidos de US$ 9,087
bilhões, em período similar do ano anterior. Nos 12 meses até junho, a saída
líquida de investimento em carteira no mercado doméstico somou US$ 47,9
bilhões.
Com Informações Agência Brasil