Porém, número de consumidores permanece o mesmo do ano
passado
O volume médio
de chocolate consumido por domicílio no Brasil atingiu 3,8 quilogramas no
primeiro semestre deste ano, queda de 11,8% em relação aos seis primeiros meses
do ano anterior, em decorrência da redução do consumo fora do lar, provocada
pela pandemia do novo coronavírus.
A retração já era
esperada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates,
Amendoim e Balas (Abicab), Ubiracy Fonsêca, porque vários pontos de venda, como
restaurantes e hotéis, estavam fechados em função do isolamento social
decretado pelas autoridades, e a área de eventos ainda não retomou as
atividades.
Com isso, a produção
de chocolates de janeiro a junho deste ano, de 216 mil toneladas, foi 22% menor
em relação ao mesmo período de 2019. Para o presidente da Abicab, o panorama já
se mostra melhor em agosto e a perspectiva é que a demanda será maior a
partir de setembro, porque muitos clientes estão refazendo suas compras. Isso
reforça a tendência de o consumo ir gradualmente voltando ao patamar normal.
O presidente da
Abicab relatou que as indústrias tiveram que se adequar à diminuição da demanda
durante a pandemia. Promoveram ajustes na produção, reduziram a jornada de
trabalho, liberaram pessoas em férias, entre outras medidas. “Cada uma, de
acordo com as suas condições, adequou. Mas o importante é que as empresas
mantiveram os empregos, mantiveram a produção ativa e o abastecimento dos
canais de venda, como os supermercados, que estavam disponíveis”. Ubiracy
Fonsêca acentuou que o setor se manteve ativo em um momento de crise. “Não
parou. Continuou trabalhando, de acordo com a demanda menor”.
Apesar de a
quantidade de chocolate consumido ter caído, o número de pessoas que comem
chocolates se manteve no mesmo patamar do ano passado para o período, 73% da
população, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Kantar para a Abicab.
“Isso mostra que o consumidor brasileiro ama chocolate. Todos nós gostamos de
consumir chocolate”, disse Fonsêca à Agência Brasil. As informações
se referem a produtos regulares, como tabletes e bombons.
O presidente da
Abicab considerou o patamar de penetração de 73% elevado durante a pandemia, em
relação a outros segmentos econômicos. “Ficamos satisfeitos em termos apostado
que a economia estaria retomando, embora não se ache na sua plenitude. Mostra
também a força do nosso produto”.
Retomada gradual
Não foi registrada
também alteração na quantidade de vezes que o consumidor foi ao ponto de venda
para comprar chocolate no semestre analisado, da ordem de 4,4 vezes. Ubiracy
Fonsêca avaliou que o hábito de consumo se mantém, o que é importante para a
retomada. Ele diz acreditar que até o final do ano os números serão melhores,
tendo em vista que os shoppings retomaram o funcionamento e os bares,
lanchonetes e restaurantes também reabriram as portas. “Gradualmente, estamos
voltando à normalidade”.
Os supermercados
continuaram liderando as vendas no primeiro semestre, com 36,6% do volume. “Os
supermercados sempre foram um dos principais canais de venda do setor”. O
chocolate é muito vendido nesses estabelecimentos, que permaneceram ativos e
funcionando durante a pandemia. “Isso se mantém”. O crescimento foi puxado, em
especial, pelo pequeno varejo.
Perfil dos compradores
Quem comprou mais no
primeiro semestre continuou sendo o consumidor das classes econômicas A e B,
que concentram 30% do total das vendas. “Normalmente, as pessoas das classes A
e B são os maiores consumidores, porque têm maior poder aquisitivo, sofrem
menos com a questão de redução da jornada de trabalho, desemprego”, disse
Fonsêca.
Os maiores
compradores de chocolate são adultos, têm acima de 40 anos de idade (63%) e
moram em lares com filhos, sendo 28% monoparentais (quando apenas um dos pais se
responsabiliza pela criança) e 38% casais com crianças ou pré-adolescentes.
Prioridade para as embalagens maiores que facilitam o compartilhamento dos
chocolates dentro das casas.
Com Informações Agência Brasil