A taxa
de inflação de famílias com renda muito mais baixa chegou a 0,98% em setembro
deste ano, três vezes superior à observada entre a classe com renda alta
(0,29%). A constatação é do Indicador de Inflação por Faixa de Renda do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado hoje (14).
As
famílias com renda muito baixa são aquelas com rendimento domiciliar mensal
inferior a R$ 1.650,00. Já as famílias com renda alta são aquelas com
rendimento superior a R$ 16.509,66 por mês.
A
pesquisa do Ipea constatou que a inflação aumentou, de agosto para setembro, em
todas as faixas de renda. Ela foi maior entre as pessoas com renda muito baixa,
principalmente por causa da alta de preços dos alimentos, que responderam por
75% da taxa de inflação de setembro. Tiveram aumento de preços no mês, produtos
como arroz (18%), óleo (28%) e leite (6%).
No
acumulado do ano, a disparidade é ainda maior. Enquanto os mais pobres sentiram
um aumento de preços de 2,5% na sua cesta de compras, os mais riscos tiveram
alta de apenas 0,2%. Entre os alimentos que mais influenciaram essa alta de
preços estão arroz (com alta de 41% no ano), feijão (34%), leite (30%) e óleo
de soja (51%).
Outro
grupo que influenciou essa alta de preços maior para os mais pobres foi
habitação, com inflações em produtos como materiais de limpeza (1,4%) e gás de
botijão (1,6%).
Já
entre os mais ricos, os alimentos e gasolina (com alta de 2%) também tiveram um
impacto, mas a inflação foi aliviada por quedas de preços de itens como plano
de saúde (-2,3%), mensalidades dos cursos de idioma (-1,5%) e de informática
(-1,6%).
No
acumulado do ano, enquanto a inflação das famílias mais pobres aponta alta de
2,5%, a taxa de variação registrada pela classe de renda mais alta é apenas
0,2%.
Com Informações ES Fala