Universidade denuncia roubo de cadernos de Darwin após 20 anos

Originais desapareceram da biblioteca da universidade há 20 anos e eram procurados até hoje. Um deles contém o desenho da "árvore da vida", que se tornou o símbolo da teoria da evolução.

Retrato do biólogo inglês Charles Darwin, autor da teoria da evolução e do livro 'A Origem das Espécies' — Foto: Getty Images/BBC

A Universidade de Cambridge classificou como "roubados" dois cadernos de Charles Darwin (1809-1882) que desapareceram de sua biblioteca há 20 anos. Um deles contém o desenho da "árvore da vida", que se tornou o símbolo da teoria da evolução.

"Depois de uma busca exaustiva, a mais importante da história da biblioteca, os curadores chegaram à conclusão de que os cadernos, cujo desaparecimento foi relatado pela primeira vez em janeiro de 2001, foram provavelmente roubados", anunciou a universidade nesta terça-feira (24).

O desaparecimento foi denunciado à polícia e os cadernos, avaliados em vários milhões de libras, foram adicionados ao arquivo da Interpol de obras de arte roubadas.

"Lamento profundamente que esses cadernos continuem desaparecidos, apesar das inúmeras buscas em grande escala nos últimos 20 anos, incluindo a maior da história desta biblioteca no início deste ano", afirmou Jessica Gardner, diretora do serviços bibliográfico.

O anúncio foi feito no "dia da evolução", que comemora o aniversário da primeira publicação do livro de "A Origem das Espécies", e a universidade lançou um convite à participação dos cidadãos para encontrar as obras.

A grande obra do naturalista inglês foi publicada pela primeira em 24 de novembro de 1859.

Página do livro 'A Origem das Espécies', do biólogo e naturalista inglês Charles Darwin — Foto: Domínio público

Cambridge diz que os dois cadernos foram retirados em setembro de 2000 da sala onde os livros mais valiosos eram guardados e, durante uma verificação de rotina em janeiro de 2001, foi descoberto que a pequena caixa que os preservava não estava em seu devido lugar.

Por muitos anos, os bibliotecários acreditaram que os cadernos haviam sido colocados no lugar errado da biblioteca, que abriga cerca de 10 milhões de livros, mapas, manuscritos e outros itens.

A obra de Charles Darwin, pai da teoria da evolução, possibilitou entender que o ser humano não estava no centro da vida.

No verão de 1837, quando voltou de uma viagem pelo mundo a bordo de um navio científico da Marinha britânica, Darwin esboçou em seu caderno uma "árvore da vida" que forma a base de sua teoria da seleção natural.

Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832 e em 1836, e se encantou com a natureza, mas mencionou em seus relatos muita irritação com a corrupção e a burocracia do país.

A viagem a bordo do navio de pesquisa HMS, que significa His Majesty's Ship ("Navio de Sua Majestade") —, durou quatro anos e nove meses e incluiu também países como Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.


G1
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