Assim como o trabalho remoto, opção é por comemorações a distancia
Aquele
momento em que os funcionários se juntam para comemorar o ano que passou com
festas, amigo oculto e outras celebrações vai ficar para o ano que vem, já que
a pandemia do novo coronavírus impede aglomerações. A turma do escritório vai
precisar esperar, neste fim de ano, para se juntar nos bares e se despedir do
ano que passou.
Em
diversas empresas, no entanto, as comemorações seguirão o que muitos fizeram o
ano todo: reuniões online, mas desta vez, bem descontraídas e em vários
formatos. Foi o que aconteceu na equipe de comunicação da Merck Brasil, que
atua no segmento de ciência e tecnologia.
“Como
líder da área, senti que a gente vinha numa toada de muitas reuniões, se falava
o dia todo, mas não conversou neste ano. Uma reunião não é necessariamente uma
boa conversa. Então, chegamos à conclusão de que seria legal trazer, neste
momento de confraternização, todo mundo para conversar. Mandamos uma cesta bem
bacana para tomar café, com itens que tinham representatividade para aquele
grupo, para criar esse ambiente, e então chamamos a Fika Conversas para mediar
o bate-papo”, explicou a gerente de comunicação da empresa, Flavia Felix.
Em um
ano em que quase tudo foi realizado virtualmente, manter o engajamento das
equipes se tornou um desafio e precisou continuar nas confraternizações, disse
Flávia, que faz a mediação de encontros virtuais inovadores e
participativos.
“As
empresas e as pessoas se deram conta da falta que fazem aqueles encontros
fortuitos no café, no corredor, nos deslocamentos. A ideia é proporcionar esse
espaço de conversa não relacionada ao trabalho, para falarmos de como estamos
nos sentindo, nossas descobertas, aprendizados e desafios em um mundo em
transformação. É um momento para nos conectar com o que nos aproxima enquanto
pessoas, usar nossas lentes de aproximação, diferente dos encontros
corporativos, onde usamos nossas lentes de diferenciação (cargos, formação
acadêmica, diferenças de pensamento)”, afirma Tipiti Barros, idealizadora
do projeto que tem como propósito humanizar ambientes corporativos.
Nas
confraternizações online, a ideia é manter o clima de descontração que
acontece nas “festas da firma” de fim de ano, mas, desta vez, cada um na sua
casa. A proposta deu resultado, contou Flávia Felix. “Chamamos o projeto para
mediar, para tirar a gente da cabeça profissional e trazer para o pessoal.
Tivemos esse momento para falar sobre temas da atualidade, as conversas fluíram
muito, todo mundo foi se abrindo!”.
Para a
gerente, o encontro vai ser importante para o envolvimento da equipe no próximo
ano. “A gente conseguiu trazer uma pegada inovadora para esse encontro, está
todo mundo mandando cesta e fazendo algo, ‘veste alguma coisa de papai Noel e
tal’. No nosso caso foi uma inovação, a gente nunca tinha feito isso. Para
nossa equipe foi importante esse momento de sair da caixa, aprender sobre
escuta. Ter essa hora foi realmente muito construtivo para fechar o ano,
dedicando um tempo para conversar, foi uma coisa que a gente não fez, embora
tenha se falado muito ao longo do ano”.
Além
desses encontros setoriais, a empresa vai fazer uma festa online para
todos os funcionários, com transmissão de show ao vivo. Para animar a
festa virtual, os funcionários receberam da empresa um vale adicional de R$ 150
para ser usado em comes e bebes.
A
empresa de cosméticos naturais Physalis também adotou a forma de encontros online
descontraídos para fechar o ano, conta a diretora de Marketing, Adriana
Amiralian.”Como em 2020 tudo foi diferente, o fim do ano não poderia ser igual.
Substituímos a festa presencial pelo convite para que cada área preparasse um
vídeo com mensagens para os colegas de outras áreas e consolidamos esse
material em um vídeo cartão de Natal”.
A
executiva conta que essas interações vêm ocorrendo desde o segundo semestre.
“Disponibilizamos as caixetas de palavras para que as pausas para os cafés
pudessem ter o sabor especial do diálogo, com mais escuta e empatia. Assim, a
ausência da festa do fim de ano pôde ser substituída por pequenos encontros,
porém com mais conteúdo, as vezes presencialmente [quando possível] e às vezes
de forma remota”.
Para
Adriana, essas iniciativas diferentes aproximaram os funcionários. “Embora com
grande distanciamento físico, nos aproximamos mais dos nossos valores e, embora
pareça um paradoxo, nos aproximamos verdadeiramente das pessoas com quem
convivemos no dia a dia. E tudo isso, sem dúvida, são algumas das habilidades
que devem permear o comportamento dos líderes do futuro, que devem estar
focados no ser humano e precisam exercitar a empatia e a escuta ativa”, afirma.
Com Informações Agência Brasil