Dólar encosta em R$5,00 com otimismo internacional


O dólar apresentava queda contra o real nesta segunda-feira e chegou a ficar muito próximo do patamar de 5 reais, refletindo otimismo no exterior em torno de mais estímulos nos Estados Unidos e progresso em direção à ampla distribuição de vacinas.

Às 10:35, o dólar recuava 0,33%, a 5,0309 reais na venda, depois de ter caído a 5,0105 reais na mínima do dia, seu menor patamar intradiário desde 12 de junho.

O dólar futuro negociado na B3 caía 0,65%, a 5,033 reais.

Esse comportamento estava em linha com a queda de quase 0,3% apresentada pelo índice do dólar, enquanto pares arriscados do real, como peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano, operavam em alta.

A fraqueza da moeda norte-americana, que é procurada em momentos de aversão a risco, refletia, entre outros fatores, a expectativa em relação a mais estímulos fiscais e monetários nos Estados Unidos, com o Congresso do país discutindo um novo pacote fiscal de 908 bilhões de dólares para apoiar empresas e desempregados.

Enquanto isso, os participantes do mercado esperam que o Federal Reserve apenas refine sua orientação futura em vez de comprar mais títulos ou mexer em sua carteira para acrescentar dívida de prazo mais longo quando se reunir nesta semana.

Impulsionando o sentimento nesta manhã, os EUA iniciaram no final de semana sua campanha de vacinação contra a Covid-19 com a entrega das primeiras remessas da Pfizer. O governo norte-americano planeja liberar as primeiras 2,9 milhões de doses para 64 Estados, territórios e cidades, bem como cinco agências federais.

“Os mercados globais iniciam mais uma semana em tom positivo, com investidores esperançosos após a extensão de negociações chave nas políticas americana e europeia, além do ânimo que vem na esteira do início da distribuição da vacina da Pfizer/BioNTech nos EUA”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.

No cenário doméstico, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,86% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonalizado divulgado nesta segunda-feira.

O resultado, apesar de indicar uma desaceleração em relação ao desempenho do mês anterior, dava aos investidores esperanças de expansão do PIB no quarto trimestre.

Enquanto isso, com a aproximação do recesso do Legislativo, a expectativa é de que várias pautas pendentes, como o Orçamento para 2021 e a reforma tributária, sejam votadas apenas no ano que vem. “Sendo assim, investidores passarão a virada do ano ponderando quando e como o governo pretende retomar o ímpeto da pauta econômica”, escreveu a Guide.

O atraso nessas discussões ocorre em meio à persistente incerteza dos mercados em relação à saúde fiscal do Brasil.

O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional de até 16 mil contratos com vencimento em abril e setembro de 2021.

Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, disse em nota que o leilão “representa a injeção de recursos novos no sistema”, e “tende a ajudar a pressionar (o dólar) para baixo”.

O BC começou a ampliar o volume ofertado em seus leilões de rolagem de swap cambial tradicional no final do mês passado, diante da expectativa de compra bilionária de dólares na virada do ano relacionada ao desmonte do overhedge.

Na última sessão, na sexta-feira, o dólar spot registrou alta de 0,12%, a 5,0476 reais na venda.


Reuters
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