Transferências de dinheiro foram a maioria das transações pelo sistema
Desde
que entrou em operação, em 15 de novembro, o Pix, novo sistema brasileiro de
pagamentos instantâneos, movimentou R$ 83,4 bilhões, num total de 92,5 milhões
de transações, informou hoje (16) o Banco Central (BC).
Segundo
o BC, 84% das transferências de dinheiro foram feitas de pessoa física para
pessoa física, na modalidade chamada P2P. Em relação ao volume financeiro, essa
modalidade corresponde a 44% do total movimentado. O valor médio transferido
foi R$ 496,00. Até o momento, foram registradas 46 milhões de pessoas que já
utilizam o Pix.
Em
seguida, vêm as transações de empresa para empresa (B2B), que representaram 39%
do volume financeiro, ainda que tal modalidade tenha sido responsável por
apenas 3% das transações. O valor médio transferido, nesse caso, foi de R$ 14,6
mil. Até o momento, são 3 milhões de CNPJs que já usam o Pix.
De
acordo com o chefe do departamento de Competição e de Estrutura do Mercado
Financeiro do Banco Central, Ângelo Duarte, já há registro de transações
na casa das centenas de milhares e de milhões de reais por meio do Pix. “Isso
significa uma confiança das pessoas no Pix”, disse ele.
Duarte
também frisou o espaço para crescimento nas transferências que tenham o governo
como destinatário. Ele destacou a adesão recente da Receita Federal,
que no início deste mês passou a receber o pagamento de tributos via Pix.
Segundo o executivo do BC, em janeiro, deverá haver a adesão também do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
De
acordo com Duarte, a adesão de empresas, que exige procedimentos mais complexos
de cadastro, deve aumentar no início de 2021, pois muitas companhias evitam
grandes mudanças de sistema em dezembro, preferindo aguardar o início de um
novo ano.
Chaves
Questionado
sobre possíveis fraudes no novo sistema de pagamentos, o diretor de Organização
do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, disse que
não há "registro de ocorrência”. Ele destacou que o número de reclamações
recebidas a respeito do Pix gira em torno de 1.700 até o momento, número que
considera baixo ante o volume de transações.
Os
dados do BC mostram que, das transações feitas via Pix utilizando uma chave de
transferência, apenas 0,5% não foram bem-sucedidas, com o dinheiro voltando
para quem tinha enviado. O número é bem menor do que a taxa de insucesso quando
não se utiliza a chave (9,8%). No caso do TED, sistema de transferência mais
popular, essa taxa encontra-se em 4,5%.
A
chave Pix é cadastrada em cada instituição financeira e facilita a
transferência, podendo ser um dado pessoal, como CPF, número de telefone
ou e-mail. Também é possível cadastrar uma chave com números aleatórios.
Até o momento, foram cadastradas 116 milhões de chaves Pix por pessoas físicas.
O
cadastro de uma chave, porém, não é obrigatório, destacou Mello, e as
transferências com o novo sistema de pagamentos pode ser feita também do modo
tradicional, inserindo número de agência e conta do destinatário.
Diferentemente
do TED e do DOC, que são os outros sistemas de transferências disponíveis e que
levam tempo para ser processados, o Pix é instantâneo e pode ser utilizado 24
horas por dia, sete dias por semana.
O Pix
é gratuito para pessoas físicas. A cobrança de tarifa para transações feitas
por pessoas jurídicas é permitida pelo BC, mas, nesse período inicial, ainda
não começou a ser feita pelas instituições financeiras.
Com Informações Agência Brasil