Presidente discursou diante de governadores hoje em Brasília
O
presidente Jair Bolsonaro disse hoje (16), em Brasília, que a solução para
lidar com a pandemia passa pela união com os governos locais. A afirmação foi
feita durante a cerimônia de apresentação do Plano Nacional de
Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, no Palácio do Planalto.
Dirigindo-se
aos governadores presentes, Bolsonaro disse que “a grande força é a união para
buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou
até exagerou, foi no afã de buscar solução. Realmente [a pandemia] nos afligiu
desde o início. Não sabíamos o que era esse vírus como ainda não sabemos em
grande parte. E nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma
alternativa concreta para nos livrarmos desse mal: o Plano Nacional de Operacionalização
da Vacinação contra a Covid-19”, disse o presidente.
“São
27 governadores com um só propósito: o bem comum e a volta à normalidade”,
acrescentou. O presidente da República destacou também o papel dos técnicos em
meio aos desafios apresentados com a chegada da pandemia ao Brasil.
“Muitas
pessoas trabalharam nesse objetivo [obter soluções para a situação pandêmica].
A grande maioria, anônimas. Mas foram essenciais para chegarmos nesse dia.
Todos aqui têm responsabilidade na busca de solução para esse problema”, disse.
Anvisa é referência
“Obviamente
estamos tratando de vidas. Temos a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância
Sanitária] que sempre foi referência, e continua tendo participação fundamental
na decisão sobre qual vacina será disponibilizada a todos os brasileiros”,
acrescentou.
Segundo
Bolsonaro, a solução “está por vir e aguardamos o desfecho de outras ações”.
Lembrou que o Ministério da Economia disponibilizou R$ 20 bilhões para a compra
de vacinas “daquela empresa que se encaixar nos critérios de segurança e
efetividade da nossa Anvisa”.
Em seu
discurso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello destacou o papel histórico do
sistema de saúde brasileiro, e disse que a Anvisa é uma agência de estado, que
trabalha em favor do país.
“Foram
nossos antecessores que criaram o SUS [Sistema Único de Saúde] e organizaram o
programa de imunização”, afirmou. “E o mais importante de hoje não é a
apresentação do plano. É demonstrar que estamos todos juntos e que todos os
estados da nação serão tratados de forma igualitária e proporcional. Todos
brasileiros receberão a vacina de forma grátis, igualitária. Vacinas
registradas e garantidas na sua segurança e eficácia”, assegurou.
Já o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros,
responsável por detalhar o plano, destacou o papel estratégico do plano
anunciado durante a cerimônia. Segundo ele, há recursos para implementá-lo nas
três esferas governamentais, cabendo à área federal “incentivar a integração
para que estados e municípios façam a vacinação”.
O plano
O
plano está dividido em dez eixos, que incluem descrições sobre a população-alvo
para a vacinação; as vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em
processo de pesquisa; a operacionalização da imunização; o esquema logístico de
distribuição das vacinas pelo país; e as estratégias de comunicação para uma
campanha nacional. O documento entregue não indica data para início da
vacinação.
Doses
O
Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, apresentado pelo governo, prevê
quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar
108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada
pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a
segunda injeção.
O
primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na Fase 1, é formado por
trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26
milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de
18 anos (410 mil). A Fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17
milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na
Fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que
tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes
mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão
sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).
Na
Fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior (2,34
milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema
prisional (144 mil). O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos
previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.
Vacinas em números
Segundo
o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a
covid-19 por meio de três acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses
até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre);
Covax Facility (42,5 milhões de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em
negociação).
Para
operacionalizar a campanha nacional de vacinação, o plano do governo prevê
capacitação dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde e também um
esquema de recebimento, armazenamento, expedição e distribuição dos insumos,
que são o próprio imunizante, além das seringas e agulhas.
Com Informações Agência Brasil