Pazuello previu aprovação do registro da vacina de Oxford no fim de fevereiro. Casagrande disse que prazo de dois meses é 'fora da realidade' e cobrou agilidade no processo.
O
governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), considerou “fora da
realidade” o prazo de dois meses anunciado pelo ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, para aprovação do registro de vacina contra a Covid-19 no Brasil por
parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Casagrande
fez a declaração à Globonews após participar por meio de videoconferência
da reunião entre o ministro e outros governadores para discutir um plano
de vacinação. Ele acrescentou que deixou o encontro com o "sentimento de insegurança".
Na
ocasião, Pazuello previu que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford
e pela farmacêutica AstraZeneca tenha o registro aprovado no fim de fevereiro.
Para o
governador do ES, uma vez que outras agências reguladoras internacionais já
estejam em processo de validação de vacinas, o procedimento no Brasil deveria
ser acelerado.
“Acho
fora da realidade, a Anvisa pode seguir o entendimento bilateral internacional,
não tem razão de esperar. Ainda não temos nenhuma vacina definitivamente aprovada,
a Pfizer que está em vias de ser aprovada, mas acho que, se algumas dessas
instituições já têm, por exemplo, avaliação da vacina da Pfizer e AstraZeneca,
não temos necessidade de esperar os dois meses que a Anvisa está dizendo que
precisa para fazer essa análise", disse.
Casagrande
acrescentou que, diante do prazo, os governadores pediram agilidade e a
liberação do uso emergencial do imunizante em alguns grupos.
Ele
também reforçou a necessidade de uma coordenação nacional para que o plano de
imunização seja justo e igualitário entre todos os estados, algo que já
vinha defendendo.
“Os
dois grandes pedidos ao ministro Pazuello foram o pedido da coordenação
nacional. É muito ruim ver um prazo dado pelo governo federal e outros prazos
anunciados por governos regionais [referindo-se ao governo de São Paulo, que
anunciou o início da vacinação com a CoronaVac para 25 de janeiro, porque deixa
a população brasileira muito insegura. Outro pedido foi agilidade nesses prazos
e a análise de um rito ordinário para apreciação e do uso emergencial em grupos
de risco ou em profissionais que estão em contato com quem está contagiado pelo
vírus”, disse.
Ainda
segundo Casagrande, Pazuello condicionou o volume de vacinas a serem adquiridas
à procura pelo imunizante, usando o termo ”se tiver demanda”.
“Meu
sentimento é de insegurança. [...] Essa palavra ‘se tiver demanda’ mostra certa
insegurança daquilo que poderá acontecer”, disse.
Plano de imunização estadual
Casagrande
destacou que o Espírito Santo já tem um plano de imunização estadual
elaborado e que já foram adquiridos todos os insumos necessários - seringa
e agulhas - para começar a vacinação no Estado assim que houver vacina
disponível.
Em
pronunciamento realizado nesta terça, o subsecretário estadual de Vigilância em
Saúde, Luiz Carlos Reblin informou que o Espírito Santo terá mais de 500 salas
de vacinação, que poderá acontecer por agendamento.
"São
mais de 500 salas. Cada cidade vai ter um modelo de agendamento se houver
necessidade de ampliação de hora de vacina, se vamos estender pontos
adicionais. Esse é o Plano Estadual de Vacinação. Já realizamos conversas para
conhecer detalhes da fabricação de vacinas, quais são os modelos, qual a
logística de distribuição. Temos encaminhamento em relação ao conhecimento
dessas vacinas. Obviamente há uma preocupação muito grande da sociedade
brasileira e obviamente no Estado, de qual vacina será aplicada. A incumbência
de aquisição e distribuição de vacina é do ministério da saúde", frisou.
Com Informações G1 Espirito Santo