Na
manhã desta quinta-feira (10), quando se celebra o Dia Internacional dos
Direitos Humanos, ocorreu a entrega do Prêmio Estadual de Direitos Humanos
2020. A premiação é organizada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos
(CEDH), com apoio da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), e reconhece o
trabalho e o esforço de pessoas e organizações não governamentais que se
dedicam à proteção e à defesa desses direitos. O governador Renato Casagrande e
a secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, prestigiaram a
solenidade.
Foram homenageados Ethel Leonor Noia Maciel e Lúcia Mara Martin, na categoria
“personalidade”; e o Fórum de Mulheres do Espírito Santo e o Fórum Estadual da
Juventude Negra do Espírito Santo, na categoria “entidade não governamental ou
movimento social”. A premiação foi realizada no Salão São Tiago, no Palácio
Anchieta, em Vitória, respeitando todas as normas de biossegurança para evitar
aglomerações devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
“É importante receber as entidades que são parceiras no trabalho de direitos
humanos. Estamos vivendo um ano pesado, em que temos de limitar o número de
pessoas aqui no evento, sem poder abraçar, é um momento difícil. Toda crise
favorece poucos e muitos são prejudicados. O aumento da violência tem a ver com
o distanciamento da sala de aula e do empobrecimento. As pessoas mais
vulneráveis estão sofrendo e precisamos de um trabalho intenso do Governo para
minimizar. É um trabalho não só do Governo do Estado, mas de todos. Recebê-los
no Palácio Anchieta é uma alegria e fortalece o trabalho e os canais de
comunicação entre o Governo e os conselhos, disse o governador Casagrande.
Nara Borgo também destacou o retorno da premiação para a sede do Executivo
Estadual. “Estamos muito felizes por estarmos de volta ao Palácio Anchieta. Por
alguns anos, o Prêmio não foi entregue aqui e o senhor, governador, agora
reabre esta Casa. Eu fico sempre muito emocionada de estar neste evento, que eu
sempre fiz questão de estar presente, antes como conselheira e hoje como
secretária. Neste momento de hoje, que celebramos pessoas e entidades tão
importantes na promoção de direitos humanos, parabenizo a todas e todos pelas
ações, pelo trabalho e muito obrigada por construírem, por meio do trabalho de
vocês, uma sociedade mais justa, mais solidária e mais fraterna”, afirmou a
secretária de Estado.
Já o presidente do CEDH, Rafael Dias Valencio, lembrou que o tema do Prêmio
deste ano foi “Direitos Humanos na luta por uma sociedade antirracista”.
Segundo ele, é o reconhecimento das mais diversas histórias de luta. “De mães
que lutam por seus filhos, de mulheres que bradam liberdade, de profissionais
da saúde na luta exaustiva pela garantia de viver, da juventude negra que
inventivamente resiste. Hoje nos unimos mais uma vez na luta contra o
escancarar da morte, morte essa das mulheres, de negras e negros, da periferia,
de povos tradicionais, pessoas em situação de rua e LGBT’s”, afirmou.
Rafael Valencio prosseguiu: “Nossas premiadas homenageadas nessa manhã nos
convocam a construir um mundo plural e que se ramifica e se espalha por todas
as nossas comunidades e grupos. Que ecoe e reverbere, que surjam novas forças,
e que juntos possamos retomar processos democráticos, participação popular,
ajuda mútua e comunhão com a natureza.”
O evento fez parte da programação da XII Semana Estadual de Direitos Humanos,
que tem como tema “Direitos Humanos na luta por uma sociedade antirracista!”.
Confira a programação completa clicando AQUI.
Conheça os homenageados de 2020
Ethel Leonor Noia Maciel
Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo
(1993), mestrado em Enfermagem de Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (1999), doutorado em Saúde Coletiva/Epidemiologia pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (2004) e pós-doutorado em Epidemiologia pela Johns
Hopkins University (2008). É professora titular da Universidade Federal do
Espírito Santo e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq em
Epidemiologia. Vice-reitora da Universidade Federal do Espírito Santo no
período de 2013 a 2020. Reitora eleita para o quadriênio 2020-2024, mas não
nomeada pelo presidente. Membro do Grupo Técnico Assessor de Tuberculose no
Ministério da Saúde e Membro do Grupo Técnico Assessor da Organização Mundial
de Saúde (OMS) para Tuberculose. Representa o Brasil na Rede Governamental de
Pesquisa em Tuberculose dos países do BRICS. Desenvolve suas atividades no
Campo da Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente
nos seguintes temas: métodos epidemiológicos, epidemiologia de doenças
infecciosas, epidemiologia e controle da tuberculose. É atuante na causa das
Mulheres na Ciência.
Lúcia Mara Martin
Moradora de Serra, mãe de dois estudantes com autismo que conseguiram entrar na
Universidade Federal do Espírito Santo, Lúcia Mara é coordenadora do grupo
“Mães Eficientes Somos Nós”, que reúne mulheres que têm filhos com deficiências
em diversos municípios do Estado na luta pelos direitos de suas famílias. Atua
nos conselhos municipais dos direitos das crianças e adolescentes, conselho de
saúde e conselho da pessoa com deficiência e em movimentos sociais na defesa
dos direitos humanos.
Fórum de Mulheres do Espírito Santo
Criado em 1992, o Fórum de Mulheres do Espírito Santo é uma organização
política feminista, vinculada à Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), que
organiza diversas mulheres no Estado do Espírito Santo. Além disso, é um espaço
aberto ao debate de ideias, de forma democrática, articulando a luta em defesa
dos direitos das mulheres com demais movimentos sociais.
O Fórum de Mulheres do Espírito Santo é uma organização feminista que mobiliza
mulheres e movimentos de mulheres para a formação política, para a
auto-organização das mulheres, para a luta pela autonomia e liberdade, para a
luta contra a discriminação étnico-racial, socioeconômica, geracional e de
orientação sexual e destaca-se pela sua atuação em todo o Estado do Espírito Santo.
Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo
O Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (FEJUNES) foi criado em
29 de setembro de 2007, fruto de um processo nacional de organização da
juventude negra brasileira. O FEJUNES tem como princípio agrupar a juventude
negra capixaba em uma perspectiva autônoma, afrocentrada, quilombola,
militante, protagonista, democrática, combativa e de resistência, na luta
antirracista e contra qualquer forma de opressão e pela emancipação do povo
negro. Tem atuação em todo o Estado Espírito Santo e é referência nacional nas
ações de enfrentamento ao extermínio da juventude negra.
Assessoria de Comunicação do Governo
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