Polícia investiga caso de tortura de paciente em clínica de dependentes

Polícia Civil investiga caso de tortura de paciente internado em clínica de dependentes químicos em Passos — Foto: Reprodução EPTV

A Polícia Civil investiga a tortura de um paciente que estava em uma clínica para dependentes químicos em Passos, no Sul de Minas Gerais. Imagens com as agressões de um funcionário da clínica foram divulgadas na internet.

Os vídeos mostram um paciente da clínica sendo agredido, enforcado com um mata-leão e recebendo golpes na cabeça. Em outro momento da imagem, ele chega a ser sufocado com um saco plástico.

Investigação

As agressões teriam acontecido em outubro do ano passado. As investigações começaram há cerca de três meses, mas os vídeos que mostram as agressões só vieram à tona agora. As imagens foram gravadas por outro funcionário da clínica.

A vítima teve que ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento por causa das lesões, segundo o boletim de ocorrência registrado sobre o caso.

O paciente disse à polícia que era ameaçado por funcionários e que as agressões são práticas comuns na clínica, com torturas físicas e psicológicas. O boletim cita ainda choques elétricos contra os internos da clínica.

"Alguns dos envolvidos já foram ouvidos e o inquérito está praticamente em fase de conclusão, está dependendo da oitiva ainda de outros internos da clínica que por ali passaram para averiguar se esses fatos poderiam ter acontecido com outras pessoas", disse o delegado Danilo Tobias Fernandes.

Os funcionários da clínica confirmaram as agressões, segundo informações do delegado.

"Confirmaram as agressões que aparecem nas imagens, notadamente estrangulamento, tapas, asfixia com saco plástico. A penalidade do crime de tortura é de 2 a 8 anos de reclusão e se confirmando, a penalidade a ser aplicada é essa", disse.

O que diz a clínica

A Clínica Doze Pilares divulgou uma nota afirmando que repudia a prática de qualquer ato de violência e que os dois funcionários foram demitidos.

Na nota, assinada pela sócia da empresa, Gleida Dias Souza, ela diz que a clínica está à disposição para cooperar nos trabalhos de investigação.

O ex-funcionário da clínica, Rubens Oliveira, que aparece agredindo o paciente nas imagens, foi contactado pela EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, mas não respondeu aos questionamentos.


G1
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