Meninos desaparecidos em Belford Roxo: criminosos pediram autorização a chefe do tráfico para matar

Meninos desaparecidos em Belford Roxo

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, disse, nesta quinta-feira, dia 9, que os três meninos desaparecidos em Belford Roxo, Baixada Fluminense, foram mortos por uma facção da comunidade do Complexo do Castelar. Em entrevista à rádio Tupi, ele afirmou que um traficante teria pedido autorização para cometer o crime a um chefe da quadrilha que estaria dentro do sistema prisional.

Turnowisk destacou que esse criminoso teria sido morto no Complexo da Penha, Zona Norte, para onde foi chamado por outros comparsas.

"Tínhamos várias linhas de investigação, mas a principal teoria sempre foi a de que o tráfico estaria envolvido nessas mortes. Alguns depoimentos indicavam o envolvimento da quadrilha do Castelar. Inclusive, tinha o nome de um chefe que teria pedido autorização para dentro do sistema (prisional) para efetuar esses homicídios".

O EXTRA apurou que a autorização foi pedida por Wiler Castro da Silva, o "Estala", gerente do tráfico de drogas do Castelar, de 25 anos. Estala, que estava foragido do sistema penitenciário, é apontado como um dos responsáveis pelo crime e teria sido morto na região da Penha justamente por ter sido o mandante da morte de três crianças.

"Essa chefia do Castelar foi chamada no Complexo da Penha e morta exatamente por ter cometido os homicídios. Essa organização criminosa que enfrenta o Estado e não tem mais limites éticos, mesmo no crime, se é que um dia existiram, é a que pratica atrocidades. A Polícia Civil está prestes a concluir o inquérito e dar as respostas".

Outro traficante que também é investigado neste caso é José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, de 41 anos. Ele vive no Complexo da Penha e está acima de Estala na hierarquia da quadrilha.

As crianças estão desaparecidas desde dezembro de 2020. Na ocasião, Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, foram vistos pela última vez em uma feira do Bairro Areia Branca, também em Belford Roxo. Moradores do Castelar, os meninos ainda foram flagrados por uma câmera de segurança quando estavam a caminho da feira livre. Pelo menos duas testemunhas também afirmaram ter visto os garotos no local.

Em 30 de julho, policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), bombeiros e mergulhadores vasculharam um trecho do Rio Botas, na divisa dos bairros de São Bernardo e Recantus, em Belford Roxo. Eles procuravam pelos três meninos. Na ocasião, restos de uma coluna foram encaminhados para o laboratório da Polícia Civil. No entanto, o resultado do exame apontou que se tratavam apenas de pedaços da cauda de um animal.




Postagem Anterior Próxima Postagem