Ministério da Saúde deixa vencer R$ 80,4 mi em insumos; testes de covid-19 estão no lote


O Governo Federal terá que incinerar insumos que juntos, custaram R$ 80,4 milhões aos cofres públicos. Dezenas de testes para covid-19 , medicamentos para os mais diversos fins e vacinas venceram nos estoques do Ministério da Saúde, e por não terem sido distribuídos pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), serão descartados. As informações foram extraídas de documentos obtidos pelo Estadão.

O órgão chegou a ser notificado em duas ocasiões sobre a proximidade da data de validade de 32 tipos de insumos, mas não agiu a tempo. No lote, estão 18 mil kits de testes de covid-19, 44 vacinas contra meningite e 16 mil vacinas contra a gripe, que neste ano, poderiam ter sido aplicadas em toda a população em razão da ampliação da campanha promovida pelo Ministério da Saúde.

Os materiais estavam armazenados no Centro de Distribuição do Ministério em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Em uma planilha da pasta, consta que houve mais de uma notificação sobre o vencimento para sete dos insumos. Em abril e em junho, a SVS recebeu o alerta sobre produtos com vencimento entre 8 de julho e 31 de agosto que custaram R$ 2,6 milhões.

Entre 2017 e 2021, 271 itens deixaram de ser utilizados e perderam a validade. A soma do prejuízo é de aproximadamente R$ 190,8 milhões. Quase todos os insumos - 96%, segundo os documentos, foram perdidos a partir de 2019, já sob o governo de Jair Bolsonaro. Para efeito de comparação, entre 2017 e 2018, o país perdeu R$ 680 mil em insumos não utilizados; a partir de 2019, o valor chegou aos R$ 190,1 milhões.

Na semana passada, a coordenadora-geral substituta de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde, Katiane Rodrigues Torres, redigiu um ofício informando que comunicou a pasta sobre a proximidade, no entanto, mas não obteve resposta "em tempo hábil para distribuição destes Insumos Estratégicos para Saúde - IES".

A coordenadora pediu para que fosse apresentada uma justificativa, afirmando que os contratos estavam custando ainda mais à União em razão do armazenamento. O documento foi enviado ao diretor de Logística do Ministério, general Ridauto Lúcio Fernandes, e posteriormente a SVS. Fernando citou ainda uma reunião com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o tema, afirmando que o informou sobre o caso.

Além do material já citado, o lote contava também com kits para diagnóstico de dengue, zika e chikungunya, vacinas pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b), tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), BCG, soros e diluentes.

Fonte: iG


Postagem Anterior Próxima Postagem