De crianças que somem a jovem que vira serpente, cemitério em Fortaleza reúne histórias que ainda intrigam

Cemitério São João Batista, no Centro de Fortaleza. — Foto: Marina Alves/Sistema Verdes Mares

Crianças brincando em meio aos jazigos, túmulo envolto a correntes e até mesmo aparições misteriosas. Em 155 anos desde que começou a funcionar, o Cemitério São João Batista, no Centro de Fortaleza, guarda as histórias de centenas de pessoas enterradas na capital cearense, mas também é espaço para relatos de narrativas ainda sem explicação para funcionários e frequentadores.

Uma das histórias mais conhecidas do local foi vivenciada pelo coveiro Luisinho, que já não trabalha mais no cemitério. Quem conta é Marlene Sousa, funcionária da Santa Casa de Misericórdia e que presta serviços na secretaria do cemitério há mais de 40 anos. Certo dia, Luisinho trabalhava no fim da tarde, aguando plantas e limpando os túmulos, quando ouviu o barulho de crianças brincando.

"Muitas vezes o Luisinho dormia aqui dentro. O portão fechava sempre às seis horas e não entrava mais ninguém. Aí ele viu umas crianças brincando. Duas crianças fantasiadas de carnaval. E ele se perguntou como essas crianças haviam conseguido entrar ali em uma hora tão tarde. Ele resolveu fazer medo nas crianças, mas de repente não ouviu mais barulho, tudo ficou em silêncio e ele não viu mais as crianças. Aí se levantou e correu para ver se alguém ia saindo e não tinha entrado ninguém".

Marlene confia no relato do colega e não duvida do que ele lhe contou. "História verdadeira, pois ele era um homem sério. E dizia que nunca tinha visto algo assim após ter trabalhado vários anos aqui", conta.

Coveiro trabalhava limpando os túmulos quando viu crianças brincando fantasiadas. Depois percebeu que não haviam nada no lugar. — Foto: Gioras Xerez/Sistema Verdes Mares

'Quando eu era viva'

Outra lenda que ronda o cemitério é a da suposta aparição de uma mulher que confessou a um visitante do cemitério que também tinha medo de assombrações, mas quando ainda era viva. Segundo Marlene, um homem visitava o local todas as segundas-feiras. Em determinado dia, ele chegou já perto do horário de fechamento do cemitério, mas pediu ao porteiro que o deixasse entrar.

"Aí o porteiro o deixou entrar. E ele com medo, pois já era tarde. Correu e quando chegou lá na frente viu uma senhora. Ele chegou perto dela, porque não queria ficar só no cemitério já perto da noite. Aí chegou perto dela e disse: 'Ainda bem que a senhora está aqui, porque eu morro de medo de alma'. Aí ela disse: 'quando eu era viva, eu também tinha'".

A mulher-serpente

Uma outra história conhecida fala de um túmulo que por muito tempo esteve envolto em correntes. Ângelo Martins, que tem um pequeno quiosque ao lado do cemitério, conta que o túmulo, localizado no 1º plano do cemitério, pertence a uma jovem que morreu no século XIX. Mesmo com as correntes de ferro maciço ao redor do mausoléu, a jovem conseguia sair do túmulo em forma de serpente e saía do cemitério para tomar banho de mar à noite, já que o local é próximo à orla marítima de Fortaleza.

"Estou aqui diariamente e escuto muitas histórias sobre o cemitério. E uma delas me chama atenção. É um túmulo de uma moça que esse túmulo é todo acorrentado. Diz a lenda, que não acredito nesta história, que de madrugada uma moça vira serpente, sai do túmulo e vai tomar banho de mar", diz Ângelo.
Fonte: G1


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