Estudo indica que mais da metade dos assassinatos não são solucionados no ES

Levantamento 'Onde Mora a Impunidade' foi realizado pelo Instituto Sou da Paz com base nos crimes ocorridos em 2018. 


A cada 100 homicídios ocorridos no Espírito Santo entre os anos de 2018 e 2019, 51 não foram solucionados, o que significa também que os culpados por tais crimes não foram punidos. 

O número foi revelado na edição 2021 do estudo "Onde Mora a Impunidade?", divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Sou da Paz. Em todo o Brasil, o indicador de esclarecimento dos assassinatos é de 44%. 

Para a realização do levantamento foram solicitados, via Lei de Acesso à Informação, dados de homicídios ocorridos em 2018 e esclarecidos até 2019. 

Com índice de 49%, o Espírito Santo está entre os estados brasileiros classificados com média eficácia na resolução dos crimes. 

Nesta faixa, ficam os estados com percentual de resolução menor que 66% e maior que 33%. Apenas quatro estados têm alta eficácia na resolução, ou seja, acima de 66%: Mato Grosso do Sul (89%), Santa Catarina (83%), Distrito Federal (81%) e Rondônia (74%). 

Na classificação geral, o Espírito Santo é o sétimo colocado na resolução dos homicídios, com um percentual um pouco acima da média nacional. Ainda de acordo com o estudo, o percentual de casos esclarecidos vem aumentando no Espírito Santo. 

Em 2015, o índice de homicídios elucidados em solo capixaba foi de 24%, seguido por 37% em 2016 e de 40% em 2017. 

No entanto, os números ainda estão distantes do ideal. Uma das causas apontadas pelo Instituto Sou da Paz para o ainda alto índice de crimes sem esclarecimento é a falta de investimentos em investigação. 

A entidade também destacou a falta de um índice nacional de esclarecimento de homicídios, monitoramento que poderia colaborar com o aumento da elucidação de crimes e a redução da sensação de impunidade. 

"Sempre tem espaço para investir mais na Polícia Civil, para desenvolver metodologias para investigação, fazer um bom trabalho pericial. Todos esses são desafios importantes para a investigação de homicídio", explicou a diretora do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo. 

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, disse que a instituição, de fato, passou anos sem receber grandes investimentos. Segundo ele, a investigação de homicídios é algo muito complexo. 

"Esses 51% que não foram elucidados, isso não é bem dessa forma, porque eles costumam estar sempre em evolução, os inquéritos estão sempre sendo trabalhados. Nós estamos fazendo grandes investimentos agora também na parte de homicídios através de ferramentas, inteligências artificiais, recursos humanos também. Estamos agora colocando mais 400 policiais, que vão ajudar e muito nesse trabalho de resolução de inquéritos policiais", disse Arruda. 

Para as famílias de vítimas, que ainda aguardam por respostas, o chefe de polícia manda um recado. 

"Acreditem na Polícia Civil do Espírito Santo, porque ela é muito efetiva, ela é muito comprometida. Nós estamos trabalhando muito para que a gente tenha uma paz social, um equilíbrio dessa criminalidade para que a gente possa viver bem", falou Arruda. 



Com Informações G1 Globo 


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