FACÇÕES CRIMINOSAS | Em 15 dias, pelo menos 15 pessoas foram executadas na fronteira do Brasil com o Paraguai


Tanto a Polícia Civil quando a Polícia Federal apontam que a principal causa é a disputa de território por facções criminosas. A região faz parte da rota de tráfico de drogas, de armas e de outros crimes transnacionais.


Pelo menos 15 pessoas foram executadas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai nas duas últimas semanas. Somente entre a tarde de sexta-feira (8) e este sábado (9),
cinco pessoas foram assassinadas na região em que apenas uma rua divide Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no departamento de Amambay.

Entre os 5 mortos está Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambai, no Paraguai; e o vereador de Ponta Porã Farid Charbell Badaoui Afif, de 37 anos.

Filha do governador de Amambai foi morta com 14 tiros — Foto: Redes sociais

Segundo as autoridades policiais da região, a fronteira faz parte de rotas de comércio ilegal e é disputada por quadrilhas do tráfico de armas, drogas, contrabando e outros crimes transnacionais, como explica o chefe da Polícia Federal em Ponta Porã, Diego Santana Gordilho Leite.

“A região de Pedro Juan é uma região de intensa movimentação e disputa pelo controle das rotas de tráfico de droga e tráfico de armas. Razão esta que há uma intensa movimentação por parte de organizações criminosas para ter o controle dessa rota e buscarem ter domínio desse envio de drogas e armas de uma forma geral”, explica.

Embora os crimes de assassinato sejam de atribuição da Polícia Civil, a Polícia Federal está acompanhado a escalada de execuções na região, segundo Fabrício de Azevedo Carvalho, delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Superintendência no Mato Grosso do Sul.

“A Polícia Federal vem acompanhando esses crimes. Facções criminosas acabam praticando essas execuções, por brigas no controle das rotas no tráfico de drogas, maconha, cocaína, que acabam atravessando, são enviadas de lá para cá”, observa.

Possíveis soluções
Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Fronteiras, Luciano Barros, há caminhos para reduzir o cenário de perdas de vida na região.

“Ampliar os mecanismos de cooperação polícial, judical entre os países vizinhos para que em conjunto possam fazer um enfrentamento mais técnico, mais eficaz nestas áreas”, pontua.

Crimes mais recentes
Na sexta-feira (8), o vereador Farid Afif (DEM) foi atingido quando andava de bicicleta do lado brasileiro da fronteira, em Ponta Porã. Segundo a polícia, ele ainda tentou se proteger, entrando em uma loja de veículos, mas foi atingido já dentro da concessionária.

Três horas antes, Farid havia postado um vídeo nas redes sociais defendendo o uso da bicicleta como meio de transporte.

Doze horas depois do assassinato do vereador no lado brasileiro, quatro pessoas foram mortas com tiros de fuzil em Pedro Juan, quando saíam de uma balada. Entre elas, estavam duas jovens brasileiras e a filha do governador do Departamento de Amambai, estado paraguaio vizinho do Mato Grosso do Sul.

A polícia não tem pista dos assassinos nem sobre as motivações dos crimes.

Fonte: G1



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