Troca de mensagens mostra monge enviando 'beijo molhado' a vítima que denunciou assédio sexual

Troca de mensagens mostra monge enviando 'beijo molhado' a vítima que denunciou assédio

Neste domingo (5), o Fantástico mostrou detalhes da investigação que apura denúncias de assédio sexual de dois jovens contra religiosos do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Os repórteres Bruno Tavares e William Santos mostraram detalhes da investigação da polícia e conversaram com uma das vítimas, que não quis se identificar.

Uma das provas apresentadas foi uma série de troca de mensagens entre um deles, que trabalhava como alfaiate do local, e um dos monges. Nelas, Rafael Bartoletti, o Irmão Hugo, envia fotos sem camisa e, entre outras declarações, manda um "beijão molhado".

A vítima conta que, nessa época, o monge era seu superior hierárquico e que, além de mandar mensagens desse tipo, ele também tinha o costume de abraçá-lo e descer as mãos até quase tocar em suas nádegas.

Em depoimento à polícia, o rapaz disse ainda que pediu ajuda a outro monge: Marcílio Miranda Proença, chamado de Dom Francisco. Mas, segundo o rapaz, em vez de tomar providências, ele também passou a assediá-lo, fazendo "brincadeiras estranhas", como correr atrás dele para chegar em suas costas e apertar sua barriga, insinuar que o rapaz era gay, e dizer que, quando o alfaiate chegasse à maioridade, iria contar um segredo: que queria manter relações sexuais com ele.

O rapaz que deu entrevista ao Fantástico, que trabalhava na biblioteca, conta que também foi assediado por um superior hierárquico.

"Às vezes, a gente estava de costas organizando os livros, limpando, ele meio que encoxava a gente. Teve uma vez que eu estava hospedado lá, ele bateu na porta, entrou, e queria deitar. Ele falou que queria dormir comigo. Eles tentavam tocar na gente", relembra.
Após tentarem levar as denúncias aos superiores do mosteiro, sem resultado, a situação ainda foi piorando, até afetar a saúde das vítimas. Os dois afirmam ter tentado suicídio antes de resolverem deixar o local de vez e se juntarem para denunciar os casos.

"Eu entrava em pânico na rua. Dentro do mosteiro, às vezes eu, andando assim, começava a chorar muito e vinham pensamentos suicidas. Pelo fato que era a única forma de acabar com aquilo. Que era um vazio, uma dor. Era algo que eu não sabia o que que era, eu não controlava", afirma vítima.


Fonte: G1


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