União Brasil se reúne com Podemos nesta quarta para selar apoio a Moro


Com conversas adiantadas com o Podemos para um possível apoio ao ex-juiz Sergio Moro na disputa pela Presidência da República, o União Brasil tem marcada uma nova rodada de conversa em Brasília hoje para discutir detalhes da possível aliança com o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro. O União dará a palavra final sobre a possível aliança após a homologação da nova legenda, formada a partir da fusão do PSL e DEM, pela Justiça Eleitoral.

Devem participar do encontro a presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP), o presidente do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), e o deputado federal Junior Bozzella, presidente do PSL em São Paulo, que já tem atuado no grupo que trabalha na pré-candidatura de Moro.

Já o ex-juiz, que participa diretamente das negociações com o União Brasil, está nos Estados Unidos, onde foi buscar a família. Ele retorna ao Brasil no dia 23 e deve retomar as conversas sobre as possíveis alianças. O ex-ministro, que tem entre 6% e 8% na pesquisa Ipec, a depender do cenário pesquisado, tem buscado se aproximar de dirigentes partidários e de outros presidenciáveis.

Conversas paralelas

O Podemos tem pressa para fechar o acordo, mas o União quer ganhar tempo. Enquanto isso, Bivar e seu vice no partido, Antonio de Rueda, seguem mantendo conversas paralelas com o comando PSDB para um eventual apoio ao governador João Doria na corrida ao Planalto, e também com o MDB para uma aliança na candidatura da senadora Simone Teb et (MDB-MS).

Dono do maior fundo eleitoral, com um caixa de R$ 325 milhões, e do maior tempo de televisão, com 1 minuto e 50 segundos, o União Brasil é um aliado disputado por outras candidaturas. Logo, o Podemos quer garantir a dobradinha que pode assegurar, além da estrutura partidária, capilaridade para a disputa nacional.

Pelos cálculos dos dirigentes do União Brasil, a legenda poderá ter até 70 parlamentares em 2022. O Podemos, por sua vez, tem apenas 11 deputados federais. Para 2022, um fundo eleitoral estimado em R$ 81 milhões e apenas 29 segundos para a propaganda na televisão.

O União Brasil, segundo seus integrantes, ainda precisa avaliar o impacto de um apoio a Moro nos estados. Nas conversas sobre o eventual apoio ao ex-juiz, o União pede participação em toda a estratégia de campanha e também a indicação do vice. O nome de Bivar é defendido na chapa de Moro, mas a questão ainda não está fechada.

Defensores da ideia de Bivar como vice citam que ele poderia facilitar o trânsito de Moro com o Congresso, uma vez que o ex-juiz enfrenta resistência devido à sua atuação na Operação Lava-Jato. Moro e Bivar têm conversado. Além de dono do cofre, o parlamentar é um político tradicional do Nordeste e tem boa articulação na Câmara, onde foi eleito como primeiro-secretário.

O União Brasil ainda não descarta totalmente ter uma candidatura própria. Segundo lideranças do partido isso poderá vir a acontecer se todos os candidatos da terceira via não chegarem a um consenso e lançarem candidaturas pulverizadas.


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