Parceria inédita entre ES e MG visa preservação de 216 espécies em risco de extinção



Espírito Santo e Minas Gerais trabalham em conjunto para a preservação de 216 espécies ameaçadas de extinção. Trata-se do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Capixaba-Gerais (PAT Capixaba-Gerais), iniciativa inédita elaborada em 2020, e que será colocada em prática a partir deste ano.

O projeto contempla todos os municípios capixabas e 35 cidades do território mineiro, e vai até o ano de 2026.

Entre as 216 espécies contempladas em todo o projeto, 30 são da fauna e 186 da flora.

Para proteger as espécies-alvo, o PAT Capixaba-Gerais tem seis objetivos traçados. As metas vão desde a orientação da população sobre boas práticas ambientais do uso da terra, a prevenção e a conscientização, até o monitoramento de incêndios florestais.

No grupo dos animais a serem protegidos, estão 13 aves, seis anfíbios, cinco invertebrados, quatro peixes, e dois répteis. Quanto às plantas, 179 são angiospermas (plantas que apresentam flores e frutos), duas briófitas (que não possuem vasos condutores de seiva) e cinco licófitas (plantas que apresentam tecidos condutores).

Confira alguns dos animais e plantas que estão no projeto:

Pavão-do-mato

Pyroderus scutatus (Pavão-do-mato) — Foto: Foto: Daniel Mello

Conhecida como "pavão-do-mato" ou "pavó". O macho atinge 46 centímetros e apresenta uma coloração vermelha intensa na região do papo. A fêmea mede até 39 cm e a coloração avermelhada nessa região é mais opaca. As principais ameaças da ave é a perda de habitat e a utilização de agrotóxicos e pesticidas na agricultura.

Jararaca-ilhoa

Bothrops sazimai (Jararaca-ilhoa) — Foto: Foto: Jane C. F. de Oliveira

Recém descoberta na "Ilha dos Franceses", a 3km da costa capixaba, ela se difere da jararaca mais conhecida pelo seu tamanho pequeno, cauda mais longa e cabeça menor. A principal ameaçaa ao réptil, de acordo com o o sumário do projeto, é o declínio da qualidade de seus ambientes na ilha devido ao turismo descontrolado.

Anfíbio Euparkerella robusta

Anfíbio Euparkerella Robusta — Foto: Forto: Jane C. F. de Oliveira

Este pequeno anfíbio, uma espécie de micro rã, já foi encontrado em 2009 na região da Serra das Torres, em Mimoso do Sul, no Espírito Santo. Como a maioria dos anfíbios, essa espécie é muito sucetível às mudanças ambientais pois costumam ser encontradas apenas em florestas bem conservadas.

Orquídea Cattleya Munchowiana

Erva Cattleya Munchowiana — Foto: Foto: Paulo Gonella

Orquídea que vive sobre rochas, cujas plantas atingem cerca de 5cm de altura. As flores possuem colocação rosa, e podem ser encontradas nos meses de julho e dezembro. A erva pode ser encontrada em Baixo Guando, no Espírito Santo, e nos municípios de Alvarenda e Conselheiro Pena, em Minas Gerais. A espécie vem perdendo o habitat pela substituição da vegetação nativa para outros usos do solo e remção descontrolada para fins comerciais.

Arbustro/árvore Hirtella ciliata

Arbustro/árvore Hirtella ciliata — Foto: Foto: Lucas Cardoso Marinho

Este arbustro/árvore ou arbustro tem cerca de 10m de altura. Suas folhas são dispostas alternadamente entre os ramos, variando da cor branca, creme, rosa e lilás, e podem ser observadas durante quase todo o ano. Seus frutos lembram a azeitona. A única localidade da espécie é o município da Serra, no ES, e é ameaçada por conta da perda de habitat ao longo dos anos.

Todas as espécies citadas no PAT Capixaba-Gerais como "alvo" estão na classificação "Criticamente em Perigo (CR)" de extinção, conforme listagem estadual ou nacional.

De acordo com a analista ambiental do Iema e coordenadora do PAT Capixaba-Gerais, Savana de Freitas Nunes, os planejamento do projeto são feitos com metas a curto, médio e longo prazo.

Planos a curto prazo
  • Ações relacionadas à revisão de legislação e proposição de normativas
  • Realização de campanhas de sensibilização e o estabelecimento de uma rede de cooperação para prevenção e combate a incêndios na região do Alto Mucuri, em Minas Gerais

Planos a médio prazo
  • Ações direcionadas às temáticas de impactos de barramentos e da extração mineral
  • Apoio aos municípios que mostrarem interesse para a elaboração dos planos de conservação e recuperação da Mata Atlântica

Planos a longo prazo
  • Ações de controle e manejo de espécies exóticas invasoras
  • Ampliação e a implementação das Políticas de Pagamento por Serviços Ambientais para todo o território do PAT
O projeto, realizado pela parceria entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e o Instituto Estadual de Flores (IEF) de Minas Gerais, tem atuação em todos os 78 municípios capixabas e bacias hidrográficas nos rios locais. A Bacia do Rio Doce, do Rio São Mateus, do Rio Itaúnas, do Rio Itapemirim, do Rio Mucuri e do Rio Itabapoanae e as Bacias da região metropolitana também são contempladas no projeto.

Fonte: G1

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