Voluntários se esforçam para dar suporte às vítimas do temporal em Petrópolis

Mecânico voluntário busca por corpos sozinho em área de risco em Petrópolis (RJ) nesta sexta (18) — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Centenas de pessoas estão mobilizadas em Petrópolis pra dar apoio a quem perdeu tudo nas chuvas que deixaram 136 mortos essa semana. Entre os voluntários estão motoqueiros, pessoas que levam doações a pé, moradores que abrem suas casas para dar apoio a equipes de salvamento, na busca por corpos, entre outros.

No caos que tomou conta da cidade da Região Serrana, grupos de motoqueiros têm sido elogiados por levar doações a lugares onde carros ainda não conseguem chegar.

O técnico de celular Alan Carvalho, por exemplo, usou sua moto para levar biscoitos, achocolatados e guloseimas parada crianças que estavam em um local com acesso prejudicado.

Em outro ponto, duas amigas caminham quatro quilômetros até uma comunidade onde as famílias perderam tudo. Elas trabalham há três dias sem medir esforços, movidas pelo desejo de fazer o bem, levando itens como fralda, lenço umedecido, algodão e soro fisiológico.

Moradores se emocionam com solidariedade

“Gratidão é pouco perto de toda a ajuda, porque, de pouco em pouco, a minha família está sendo muito abençoada”, diz a vendedora Michelle Rodrigues, sobre os voluntários.

Por toda a cidade, parentes, amigos, vizinhos e até pessoas de fora se mobilizam Nas áreas de deslizamento, bombeiros e voluntários fazem uma corrente para retirar os entulhos.

No caminho até o Morro da Oficina, uma das áreas mais afetadas, quem trabalha nas buscas encontra comida preparada pelo Danilo e pela Márcia. Eles abriram a casa pra todo mundo que precisar.

Nos abrigos, famílias que perderam tudo recebem água, comida, conforto. Em uma igreja, médicos oferecem atendimento, voluntários organizam doações e dão carinho pras crianças que passaram por uma situação tão difícil.

“Durante as atividades a gente vê a dor, a tristeza, angustia de estar fora de casa, tem vários momentos que a gente se pega aqui chorando com elas porque é um abraço que elas estão precisando nesse momento”, diz a assistente social Cláudia Regina.

Apesar do cenário de caos e tragédia equipe do Jornal Nacional encontrou em vários momentos situações de solidariedade, como voluntários da Igreja Metodista que ajudaram a retirar móveis de uma casa que foi completamente destruída pela chuva.

“Está sendo muito importante porque é onde podemos exercer o nosso amor, a nossa solidariedade junto com os nossos irmãos e amigos”, diz o auxiliar de produção Paulo Roberto Santana Filho.

Os voluntários são essenciais para pessoas como João Machado. Parte do morro desabou sobre sua casa, mas ele correu e conseguiu escapar. “Eu nasci de novo.(…) Se não fosse a ação rápida, Deus intervindo, eu não tinha conseguido sair a tempo. Tinha morrido ali onde está os escombros ali”, lembra.

Ao ver o que restou da casa, a osteopata Aline Ferreira, que está ajudando como voluntária em Petrópolis, se emociona.

Mas os bens materiais contam menos que o amor e a solidariedade que tomaram conta de uma cidade inteira. “É um trabalho... só quem ama muito faz. Porque a pessoa vim, ver uma situação dessa daqui e fazer por amor. Entendeu? E sem querer nada em troca”, se emociona.

Fonte: G1


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