Dor nas pernas não é tudo igual; saiba quando pode ser sintoma de problema neurológico ou vascular

É importante procurar atendimento médico quando as dores nas pernas persistirem por dias - FREEPIK

Dores constantes nas pernas, com dormências ou inchaços, ou mesmo sensações dolorosas que irradiam da coluna para a coxa, são sintomas que correspondem a doenças neurológicas ou vasculares, que podem se agravar se não diagnosticadas e tratadas corretamente.

O neurocirurgião Marcelo Amato explica que as dores ocorrem de maneiras diferentes a depender da causa do problema.

Quando estão relacionadas a doenças venosas, que ocorrem quando o sangue encontra dificuldades para circular para as pernas, a dor costuma ser mais forte na panturrilha, mas pode começar a partir dos glúteos dependendo do local onde a artéria está acometida.

“Nas doenças arteriais, quando o sangue não está chegando direito até as pernas, a musculatura fadiga de forma muito rápida e o paciente vai perdendo a capacidade de andar longas distâncias, depois essa distância vai se encurtando, e mesmo com curtas distâncias o paciente já começa a ter sintomas. É um quadro clínico chamado de claudicação dos membros inferiores”, explica Amato.

Vale destacar que, nestes casos, o incômodo pode apresentar melhoras se o paciente descansar com as pernas para baixo. Ao contrário do que ocorre quando as dores estão relacionadas a problemas de drenagem no sangue, chamados de insuficiências venosas, segundo o neurocirurgião.

Os sintomas da insuficiência venosa são inchaço, dor e dificuldade para movimentar os pés e as pernas. “A dor melhora quando o paciente eleva as pernas ou com repouso, principalmente com as pernas para cima”, ressalta o especialista.

Já as dores incapacitantes e de grave intensidade podem ser sintomas de trombose venosa profunda, que, segundo o neurocirurgião, costuma afetar apenas uma das pernas e está associada a um inchaço que aparece de forma rápida e com uma alteração da coloração no local.

Já quando as dores nas pernas são de origem neurológica, o especialista explica que elas ocorrem quando os nervos que vão para a perna estão apertados na coluna.

Nesses casos, as dores não costumam afetar o membro inteiro, então o paciente consegue delimitar a área, normalmente na parte de trás da coxa e da perna. No entanto, a depender do nervo, pode afetar também a parte de frente da coxa até o joelho.

“Os problemas neurológicos que mais causam dor nas pernas são na coluna, as hérnias de disco e as estenoses. O mais comum são as raízes nervosas mais baixas na coluna lombar, que formam o famoso nervo ciático, então o paciente tem uma dor no glúteo que irradia pra parte de trás da coxa e da perna, podendo chegar até o pé”, destaca Amato.

As dores também podem ser resultado de uma claudicação neurológica dos membros inferiores, que ocorre igualmente quando os nervos estão apertados na coluna. Em quadros como esse, o paciente pode sentir dores fortes ao andar.

“É um quadro que lembra muito a claudicação vascular dos membros inferiores, mas com algumas diferenças. Na claudicação neurológica, o paciente geralmente melhora quando dobra a coluna para frente, então muitas vezes eles curvam a coluna e continuam andando”, explica o neurocirurgião.

Alterações como sensibilidade na região das pernas, formigamento, dormência ou perda de força também são sintomas de problemas neurológicos. “Como a dor mais comum [é causada] por essas raízes nervosas da parte mais baixa da coluna lombar, geralmente o paciente perde força no pé, e não consegue andar na ponta dos pés ou andar com os calcanhares”, destaca Amato.

O neurocirurgião ressalta a importância da procura por atendimento médico quando os sintomas são identificados.

“Mesmo sem sinais de gravidade, se essa dor durar mais de uma semana, se está voltando várias vezes ou então está associada a sinais e sintomas vasculares ou neurológicos, a procura médica é essencial para que possa ser feito um diagnóstico e tratamento precoce”, afirma.
Fonte: R7


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