JUSTIÇA aceita denúncia do MP que aponta namorada como agressora do jovem que teve a barriga aberta em praia


No depoimento à polícia, namorada disse que eles 'apagaram' após uso de drogas. Advogado do casal diz que eles foram atacados por terceiros. Caso aconteceu em janeiro, na Praia do Ermitão, em Guarapari.

Jovem acordou na madrugada do dia 16 de janeiro com um corte profundo na barriga e partes do intestino espalhadas pela areia — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A namorada do jovem que acordou com um corte profundo na barriga e parte do intestino exposto na Praia do Ermitão, em Guarapari, no Espírito Santo, no dia 16 de janeiro, é ré perante a Justiça.

Ela foi denunciada pelo Ministério Público como autora da agressão e o juiz Edmilson Souza Santos aceitou a denúncia nesta terça-feira (19).

O caso está em segredo de Justiça.

As versões da denúncia do MP e a apresentada pelo casal diferem.

Versão da denúncia do MP

A denúncia que acompanha o indiciamento feito pela Polícia Civil foi entregue à Justiça no final de março. O documento diz que Lívia Lima Simões Paiva Pedra, de 20 anos, agiu "por motivação desconhecida e impulsionada pelo uso de drogas".

Ela foi denunciada por lesão corporal grave, mas não foi solicitada sua prisão e ela deve responder em liberdade. Caso seja condenada pelo crime, a pena é de prisão de dois a oito anos.

"A denunciada, utilizando objeto cortante, golpeou a barriga do réu e o rosto dele, causando-lhe as lesões gravíssimas estampadas nas fotos e vídeos juntadas aos autos, bem como no prontuário médico, que determinaram a debilidade permanente do intestino delgado da vítima, deformidade permanente e fratura da cavidade nasal e seio maxilar", diz um dos trechos do documento.

Versão do casal

O advogado contratado pelas famílias dos jovens disse que o casal foi vítima de um ataque praticado por terceiros.

O advogado Lécio Machado disse que o casal fazia um luau na praia quando foi vítima do ataque.

A imagem de uma conversa do rapaz em um grupo passou a circular na internet e teve a veracidade confirmada pelo advogado da família. Nela, o rapaz também diz que ele e sua companheira foram vítimas de um ataque

Advogado confirmou a veracidade de uma imagem que circula nas redes social e mostra o estudante falando em um grupo sobre o ataque — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Relembre o caso

O rapaz e a namorada passavam parte da noite no local entre 15 e 16 de janeiro. A Praia do Ermitão fica dentro de um parque ambiental no município, e é necessário passar por uma trilha para chegar. Durante a noite o caminho é fechado, mas não impediu que eles entrassem de forma irregular.

Segundo o comandante do batalhão da Polícia Militar da região de Guarapari, na madrugada do dia 16 os policiais receberam uma informação de uma confusão na Praia do Ermitão, e que uma pessoa estava ferida.

Uma equipe foi até o local, mas encontrou apenas uma bolsa, que foi entregue na delegacia. No dia seguinte, a PM soube que havia um rapaz ferido naquela região, que foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Na ocasião, o advogado contratado pela família do rapaz e de sua namorada, Lécio Machado, disse que o casal fazia um luau na praia quando foi vítima de um ataque praticado por terceiros.

'Apagaram' após uso de droga

Em depoimento à Polícia Civil, a jovem que estava com o rapaz ferido contou que o casal usou drogas e álcool no local. Segundo ela, os dois "apagaram" depois de usar os entorpecentes.

Ela confirmou que os fatos aconteceram na praia e que ela pediu ajuda aos vigias do parque no qual a praia é localizada por volta das 2h. Um vídeo mostra o jovem sendo resgatado já ferido, na manhã do dia 16.

Mesmo ferido, o jovem conseguiu dizer onde estava para a mãe da namorada.

Segundo o laudo médico, o rapaz tinha lesões no rosto (boca, orelha e sobrancelha) e fratura no nariz, além do ferimento na barriga.

O prontuário médico do jovem obtido com exclusividade pelo g1 e pela TV Gazeta mostra vestígios de dosagem alta de fentanil no sangue dele. A substância – um anestésico e analgésico opioide de uso controlado – é 50 vezes mais potente que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina.
Fonte: G1 ES


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