Robô desenvolvido por brasileiros é capaz de desinfectar ambientes hospitalares

Robô Jaci pode medir até 1,80 metro e desinfecta ambiente hospitalar - EEE

Desde que o coronavírus se instalou no mundo e causou uma pandemia que já dura mais de dois anos, as preocupações com agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos) mais do que dobrou.

Seja com álcool em gel na bolsa, limpeza das compras que chegam, ou mesmo desinfecção redobrada em ambiente hospitalar — local que costuma ocorrer um grande número de infecções.

De acordo com a Ministério Saúde, as infecções hospitalares são um problema multifatorial que exige uma série de ações que devem ser organizadas nos serviços de saúde, dentro do Programa de Controle de Infecção, conforme determina a Lei 9.431/1.997.

As instituições adotam ações de prevenção e controle, como higienização das mãos, elaboração e a aplicação de uma série de protocolos de prevenção, a aplicação de medidas de precaução e isolamento, o gerenciamento do uso de antimicrobianos, protocolos de limpeza e desinfecção de superfícies.

Mas, nem sempre esses cuidados são suficientes. Estima-se que no Brasil, a taxa de infecção hospitalar aconteça em 14% das internações, segundo a Saúde.

Por esse motivo, pesquisadores do Grupo Phi Robotics Research Lab, sediado no Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desenvolveram um robô inteligente, capaz de descontaminar ambientes infectados utilizando luz ultravioleta e névoa ozonizada.

“A tarefa realizada pelo nosso grupo consiste em dotar os robôs de autonomia para que consigam se deslocar com eficiência a fim de emitir adequadamente luz ultravioleta em todo o ambiente para descontaminá-lo. Para isso, mantemos um controle da área desinfectada, com um mapa que mostra o que foi descontaminado e o que não foi”, revela Edson Prestes, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) e pesquisador da UFRGS.

Dispositivo

A “Jaci”, como foi batizado o robô, achega a medir 1,80 metro de altura e funciona por bateria. O dispositivo faz uma varredura no local em que foi instalado, e com ajuda da luz ultravioleta previne e reduz os agentes infecciosos — como o coronavírus.

Num segundo momento, a névoa ozonizada, “é utilizada para desinfectar regiões que a luz não alcançou ou ficou menos tempo que o desejado”, como explicou a coordenadora do projeto, Mariana Kolberg.

“O usuário escolhe quais serão os microrganismos a serem inativados e o robô desinfecta o local”, disse Kolerg.

A Jaci foi desenvolvida para ‘limpar’ tanto superfícies sólidas quanto exterminar os agentes do ar.

A tecnologia já está disponível em quatro hospitais: Unimed, Hospital Concenção (público), Hospital São Lucas, em Porto Alegre (atende SUS), Premiere e em breve no Instituto do Coração (Incor).

Segundo Prestes, “muitas vidas poderiam ter sido salvas com essa tecnologia nos hospitais durante os momentos mais agudos da pandemia“.

Fonte: CNN


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