Vereador de BH é investigado por embolsar até R$ 70 mil por mês em esquema de 'rachadinha'


A Procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte analisa uma denúncia de rachadinha contra o vereador Rogério Alkimim (PMN). Ele teria embolsado de R$ 55 mil a R$ 70 mil por mês, através de funcionários-fantasma.

"Rachadinha" é uma prática irregular, que consiste em contratar servidores públicos mediante a imposição de ficar com parte do salário deles.

Remuneração de Messias Pereira da Silva — Foto: Câmara Municipal/Reprodução

Um destes funcionários-fantasma seria o tio do vereador. De acordo com o portal da transparência da Câmara Municipal, Messias Pereira da Silva recebia R$ 14 mil de salário para trabalhar no gabinete. Ele foi exonerado em março. O g1 procurou o gabinete do vereador, mas ninguém foi encontrado para falar sobre as funções de Messias. Ele também não foi localizado pela reportagem.

De acordo com a denúncia, assinada pela advogada Thais Otoni Fontella, quem organizava o esquema era a chefe de gabinete de Alkimim, Gleice Lacerda. Ela nega a existência de “rachadinha”.

“As informações não procedem e meus advogados já estão verificando. Trata-se de perseguição política devido o nome do vereador estar bem visto como pré-candidato a deputado estadual”, disse ela.

Inquérito

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. Ele segue sob segredo de Justiça. O Ministério Público também instaurou procedimento para investigar o caso. O vereador pode responder por improbidade administrativa.

De acordo com a advogada Thais Fontella, além do esquema da rachadinha, o vereador ainda usava o carro oficial para fins que não diziam respeito a suas atividades parlamentares.

“Ele chegou a ir para Ituiutaba, a 697 quilômetros de distância de Belo Horizonte, com o carro oficial”, disse ela.

O vereador também é suspeito de pleitear emendas para sua Organização Não Governamental Raio de Luz. Uma delas libera valor de R$ 640 mil.

Alkimin não foi encontrado pela reportagem para falar sobre a denúncia. A ONG disse que trata-se de “perseguição política” e que não existe “rachadinha”. Ela falou ainda que é autossustentável e sobrevive de doações.

“O jurídico da ONG Raio de Luz e do gabinete do vereador Rogério Alkimin estão tomando todas as providências necessárias”, disse a ONG em nota.

Fonte: G1


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