Polícia age rápido, prende suspeito e evita feminicídio em Jaguaré

Fachada da Delegacia de Jaguaré. Crédito: A Parresia

A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (9) um homem de 43 anos suspeito da prática do crime de ameaça e por privar a ex-mulher de liberdade, no âmbito da Lei Maria da Penha, na Zona Rural de Jaguaré. Além do cumprimento de mandado de prisão temporária (de 5 dias), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, com autorização da Justiça.

Na casa, foram apreendidos uma arma de fogo cartucho calibre 12, dois estojos de latão calibre 28 deflagrados, três cilindros em latão usado para recarga de munição, dois estojos calibre 38 deflagrados e um coldre para uso de arma velada. O suspeito também foi autuado, em flagrante, pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

O processo judicial sobre o caso corre em Segredo de Justiça, mas A Parresia teve acesso, com exclusividade, ao teor dos autos e ao Boletim de Ocorrência da prisão. A vítima iniciou relacionamento com o suspeito aos 14 anos de idade – hoje ela tem 30 anos. Na época, o suspeito tinha 32 anos. Ela contou à polícia que o relacionamento sempre foi marcado por agressões e ameaças, inclusive, diante das duas filhas.

O suspeito vinha fazendo ameaças de morte abertamente contra a ex-companheira, que foi expulsa de casa pelo agressor. A família dela também era alvo das ameaças. Além de ser ameaçada, a mulher ficou privada de ver as filhas, que ficaram sob custódia do suspeito.

Segundo os autos do processo sobre o caso, a vítima era constantemente agredida pelo suspeito. Ele dizia para a própria família dele que iria matar a ex-companheira. Por medo, nos últimos tempos ela se mantinha escondida. No relato feito à polícia, anexado ao processo, a vítima contou que em algumas situações, quando saíam juntos, o então companheiro se enfurecia de ciúmes, e a abandonava em uma estrada rural escura sozinha para que ela andasse quilômetros até chegar em casa, como forma de castigá-la.

A prisão do suspeito constituiu como única medida preventiva de um possível crime de feminicídio, segundo a polícia. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Jaguaré, e posteriormente, à unidade prisional para cumprimento do mandado de prisão temporária, que pode ser convertida para preventiva, aquela por tempo indeterminado. As filhas, foram entregues à genitora, após dias sem ter o direito de vê-las por imposição do agressor.

A Polícia Civil informou que o Conselho Tutelar de Jaguaré será oficiado para acompanhar as menores.

CASO DE FEMINICÍDIO EM JAGUARÉ

No dia 17 de abril deste ano, Dara Leonel de Souza foi espancada até a morte pelo companheiro Romildo Rosa dos Santos, na casa em que viviam, na Fazenda Viveiro Vale Verde na localidade de Caximbal, em Jaguaré. O crime de feminicídio ocorreu na frente dos filhos dela, duas crianças. Após o crime, o assassino fugiu. Procurada na manhã desta terça-feira (10), a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Romildo ainda não deu entrada no sistema prisional capixaba. A Polícia Civil foi convidada pela reportagem para se posicionar sobre como anda a investigação do caso. Em nota, a PC informou que a “ocorrência foi registrada como homicídio por espancamento e segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Jaguaré. Durante os exames, ficou constatado que a vítima não estava grávida. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada”.

Fonte: A Parresia


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