Lipedema: doença vascular pode ser confundida com obesidade. Entenda


Você já ouviu falar em lipedema? A doença inflamatória, muito comum entre as mulheres, atinge cerca de cinco milhões de brasileiras e provoca o acúmulo anormal de gordura em regiões específicas do corpo. Entre as áreas mais atingidas estão braços, joelhos e coxas.

A questão é que muita gente confunde o problema com obesidade. É fato que mulheres acima do peso também sofrem com a doença, mas segundo especialistas é importante ficar atento aos sinais que diferenciam uma doença da outra.

A estudante de nutrição Thais Guisso descobriu há um ano que tem lipedema. O alerta de que algo poderia estar errado com o próprio corpo veio por acaso, apesar de desde muito nova já observar que tinha as pernas mais grossas.

"Comecei a ter uma alimentação saudável, boas práticas, exercícios físicos e percebi que o meu corpo tinha uma desproporção muito grande. Aquela gordura não secava. Eu treinava, vivia em dieta e eu sempre me frustrava. Daí, eu pensava que alguma coisa estava errada, contou".

Foi uma colega que alertou Thais sobre a doença que até então, nunca tinha ouvido falar. Na primeira consulta, com um médico, veio o diagnóstico.

Cirurgião vascular, o médico José Marcelo Corassa, explica o que diferencia o lipedema da obesidade.

"Metade das pacientes com lipedema têm sobrepeso ou obesidade. Tem três coisas que precisam ser observadas: a obesidade, quando a pessoa tem excesso de gordura no corpo de maneira geral, o lipedema, com muita gordura em regiões específicas, pontuais e o linfedema (ou elefantíase). São três doenças diferentes, que têm tratamentos diferentes", explicou.

O médico ressalta que é fundamental que a paciente conheça bem o seu próprio corpo, se identifique e perceba o que pode estar levando ao problema. Entre os sintomas, além do acúmulo de gordura, dor nas áreas afetadas.

"Até hoje eu sinto dor quando às vezes eu saio um pouco, abro mão (da alimentação controlada). A dor incomoda muito por que você não consegue ficar muito tempo em pé porque as pernas pesam muito. Se você também fica muito tempo sentada, elas doem, incham. Só quem tem entende o tipo de dor que a gente tem". Segundo o cirurgião vascular, a dor é reflexo da inflamação.

O que fazer para se livrar do lipedema

Adotar uma dieta balanceada, equilibrada é de grande importância para o controle da doença já que ela ajuda a desinflamar o organismo.

Em um primeiro momento, alguns alimentos considerados inflamatórios costumam ser retirados para combater a inflamação provocada pelo lipedema. "Três coisas a gente tira: glúten, açúcar e leite. Nós pedimos também para a paciente fazer um diário alimentar para identificar algumas coisas simples que, às vezes, descompensam todo o tratamento", pontuou Corassa.

Ainda segundo o especialista, existem vários casos em que apenas ajustando a dieta, houve melhora clínica. Thais diz que a sua vida é dividia em antes de tratar a doença e depois e lembra da época em que ficou deprimida.
"A mulher gosta de se olhar no espelho e se sentir bonita. Muitas vezes, a mulher com lipedema se sente insegura por que ela tem vergonha de mostrar as pernas, ela se torna uma mulher frustrada, por que ela faz dieta, faz exercício e aquilo não surte efeito. Fica ansiosa, deprimida, tem compulsão alimentar. Eu desenvolvi esses quadros. Foi uma fase muito difícil pra mim, relatou".

Atualmente, a estudante diz que vive um divisor de águas e é bem mais feliz.

Dieta anti-inflamatória: o que comer e o que evitar?

A dieta anti-inflamatória nada mais é que um tipo de alimentação que previne e combate os processos inflamatórios no organismo. Apesar de não ter contraindicação e ser baseada em alimentos saudáveis e naturais, é recomendado sempre procurar um nutricionista para fazer uma avaliação individual, ajustar quantidades e indicar o que será melhor para você.

O que comer:

- Peixes ricos em ômega três (salmão, atum);

- Sementes: abóbora, chia, linhaça;

- Frutas: acerola, laranja, melancia, morango, abacaxi, uvas, mexerica;

- Legumes: couve-flor, espinafre, brócolis, cenoura, tomate, berinjela;

O que não comer:

- Açúcar: biscoitos, refrigerantes, sucos de caixinha, sorvetes e bolos, por exemplo;

- Gorduras: leite integral, queixos amarelos, manteiga, hambúrguer, batata-frita, pizza, maionese, bacon, margarina;

- Embutidos: salsicha, salame, presunto, mortadela.

Fonte: Fala ES, TV Vitória/Record TV


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