Varíola dos macacos: o que se sabe até agora sobre o caso suspeito no ES

Imagem de microscópio mostra vírus causador da varíola dos macacos — Foto: Cynthia S. Goldsmith, Russell Regner/CDC via AP

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo divulgou que iniciou a investigação de um caso suspeito de varíola dos macacos. É o primeiro caso suspeito no estado.

Quem é o paciente?

Segundo a Sesa, trata-se de um homem estrangeiro, de 44 anos, comandante de embarcação marítima de carga procedente de Singapura fundeado na costa capixaba.

Quais foram os sintomas?

"Ao ser avaliado pela equipe médica responsável pela embarcação, o paciente relatou início de sintomas em 09/06/2022, febre de início súbito, erupções cutâneas que progrediram pelo corpo em 48 horas. Relatou ainda não ter tido contato com pessoas suspeitas ou confirmadas com a doença", divulgou a secretaria.

Qual é o estado de saúde do paciente?

O homem foi internado nesta quarta em área de isolamento em hospital privado na Grande Vitória e apresenta bom estado geral, de acordo com a Sesa.

Foi coletado material para ser enviado ao laboratório de referência na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está monitorando o caso.

Há outros casos suspeitos?

Até o momento, não há novos suspeitos na embarcação, segundo a secretaria.

Casos no Brasil e no mundo

No Brasil, de acordo com as secretarias estaduais da Saúde, há cinco casos confirmados até esta quarta: três em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul.

No último domingo (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ter confirmado 780 casos de varíola de macacos em todo o mundo.

Os dados correspondem ao intervalo entre 13 de maio e 2 de junho e leva em conta apenas pacientes identificados em locais em que a doença não é endêmica. Segundo a entidade, não houve mortes relatadas.

Sintomas e transmissão

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

"Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração", explicou Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Dentro de um a três dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

"O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés", completou Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.

Fonte: G1


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