Motoboy de app finge estar perdido, pede telefone de cliente e fica com a comida

Conversa entre Thiago Soares e o motoboy golpista do Ifood — Foto: Reprodução/Internet

O professor universitário Thiago Soares, de 43 anos, disse ter sido ingênuo após cair em um golpe aplicado por um motoboy no último domingo (31). Durante o trajeto, o entregador do app iFood afirmou estar perdido e pediu para que Thiago enviasse sua localização através do WhatsApp.

O professor passou a localização e, segundo ele, o golpe foi aplicado imediatamente. Com o número de Thiago, o motoboy deduziu o código de segurança fornecido pelo aplicativo (que costumam ser os quatro últimos dígitos do telefone), marcou a entrega como concluída e ficou com o lanche de Thiago.

“Eu me senti muito mal. Eu fui ingênuo, estava com boa vontade. Achei que ele estava sem internet e não conseguia achar minha casa. No primeiro momento, achei que pelo WhatsApp seria mais fácil de resolver. Depois, eu fiquei com muita raiva e não era nem pelo valor. Foi uma compra de R$ 43”, disse Thiago sobre o episódio que aconteceu no último domingo (31)

“Eu estava na pressa de receber a comida e não me passou pela cabeça que seria um golpe. Na hora, eu não me liguei, não desconfiei. Eu achei que ele poderia estar passando dificuldade com a internet. O WhatsApp costuma ser liberado nos pacotes das operadoras. O app do iFood deve consumir muita internet e pensei que pelo WhatsApp poderia ser mais fácil”, completou o professor.

O iFood fornece um código de segurança para o cliente, que deve informar para o entregador somente após ter o produto em mãos.

“No meu caso, o código é fixo e são os 4 últimos dígitos do meu celular. Eu vi que o código muda para algumas pessoas. Eu acho que os entregadores maldosos devem ter percebido que o código de muitas pessoas é o final do número do celular e inventaram esse golpe. Se for assim de todo mundo, eu acho que é uma falha de segurança do iFood. Muita gente está relatando que também já passou por isso” disse Thiago.

Cliente foi ressarcido pelo iFood

Thiago Soares contou que queria apenas fazer um lanche, mas acabou recebendo uma dor de cabeça para o seu fim de domingo. Ele disse que ficou traumatizado e que, apesar de ter sido ressarcido, não fez um novo pedido.

“Eu entrei em contato com o iFood, fiquei tentando falar com eles. O iFood me respondia que o pedido tinha sido entregue. E eu tive que provar para eles que eu não recebi o pedido. Eu printei a conversar no chat do iFood e eles perceberam que o rapaz tinha agido de má fé. Depois que eu mandei o print da conversa do entregador, eles cancelaram a entrega e estornaram o valor gasto”, afirmou Thiago.

“Eu fiquei traumatizado, não pedi mais nada. Fiquei com fome. Na hora, bateu uma bad. Eu perdi a fome. Eu fiquei estatelado. Pensei ‘que m**, caí num golpe’. Fiquei inerte. É muito estranho cair em golpes. Eu estava de ressaca e só queria comer uma fatia de red velvet, era um doce. Não consegui”, completou o professor.

A reportagem entrou em contato com o iFood e foi informado que a empresa "está em contato com o cliente e o caso já foi esclarecido".

O iFood disse também que "repudia desvios de conduta, sejam consumidores, estabelecimentos ou entregadores". Segundo a plataforma, o iFood "mantém comunicações a fim de orientar clientes e parceiros sobre golpes e reitera que possui um time interno especializado e dedicado para acompanhamento de atividades suspeitas em todo o país".

Fonte: G1




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