Professor persegue ônibus a pé para salvar menino autista que embarcou sozinho

Arthur Lopes, de 11 anos, subiu sozinho em um coletivo com destino a Cubatão, e foi resgatado por um homem que vendia brigadeiros no ponto de ônibus — Foto: Arquivo pessoal

Uma criança autista de 11 anos de idade embarcou sozinha em um transporte público em Santos, no litoral de São Paulo, sem que os pais percebessem. Um vendedor de brigadeiros que trabalhava próximo à parada de ônibus percebeu o desespero dos familiares do garoto, e relatou que o menino havia subido no coletivo, com destino a Serra do Mar, em Cubatão (SP). Imediatamente, o vendedor correu atrás do veículo e conseguiu resgatar a criança.

Segundo a mãe do pequeno Arthur, Rosângela Lopes, de 52 anos, o menino sumiu quando o marido dela estava levando o filho à casa dos avós, que moram na mesma rua, há poucas casas de distância da dela. Arthur estava caminhando alguns passos à frente e tocou a campainha para a avó abrir o portão. “A avó foi pegar a chave para abrir o portão, e, por questão de segundos, o Arthur sumiu. Acharam que ele estava dentro da casa, mas todos se desesperaram quando não o encontraram e perceberam que ele havia fugido”.

Rosângela Lopes, de 52 anos, contou que o filho sumiu quando estava indo para a casa dos avós, em Santos — Foto: Arquivo pessoal

O pai, Rogério Lopes, de 46 anos, e os avós saíram chorando em busca do menino. Ao passar próximo ao ponto de ônibus e perguntar para um vendedor de brigadeiros sobre o menino, o homem afirmou que um garoto com as mesmas características havia acabado de embarcar no transporte coletivo. “Ele [o vendedor] largou os doces, o celular e tudo que tinha nas mãos e saiu correndo atrás do ônibus”, contou Rosângela.

O professor de Educação Física Carlos Henrique Salles, de 36 anos, vende brigadeiros no local há cerca de um ano. Neste dia, ele deixou as vendas de lado e correu para salvar Arthur e para ajudar a família do menino, que estava desesperada.

“Decidi largar tudo e correr atrás do ônibus que já estava a uns 600 metros distante. O veículo foi se distanciando e eu comecei a gritar. Alcancei o ônibus em uma distância de 800 metros, e informei ao motorista que havia uma criança sozinha lá dentro”.

Lopes subiu no veículo e viu o filho sentado sozinho no fundo do ônibus. Ao perguntar para o menino por qual motivo ela havia fugido, Arthur respondeu que ia passear. “É uma inocência. Ele não tem a menor noção do perigo”, disse Rosângela.

“Passa mil coisas na cabeça da gente. E se o Henrique não tivesse visto o Arthur entrar no ônibus? Se não tivesse alcançado aquele ônibus?”

Rosangela contou que a família sente gratidão pela ajuda que Henrique ofereceu, mesmo sem os conhecer. “Nada vai pagar o gesto de amor que ele teve com o meu filho. Foi uma atitude tão linda. Espero que Deus o abençoe com as melhores coisas da vida. Tenho certeza que anjos existem”, desabafou.

Henrique relatou que mesmo sem conhecer a família decidiu ajudar por se colocar no lugar deles. “Ter ajudado a família é um sentimento ímpar, pois tenho três filhos e sei o quanto é doloroso ver os nossos pequenos em apuros”, finaliza.

Da Redação com G1


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