Pais que passam muito tempo no celular tendem a gritar mais com as crianças, diz estudo

(Foto: Thinkstock)

Que precisamos controlar o tempo de tela das crianças não é nenhuma novidade. Mas você sabia que o tempo que os adultos passam usando o celular ou o computador também impacta o bem-estar e as relações familiares? Um novo estudo, feito pela Universidade de Waterloo (Canadá), mostrou que pais que passam de 3 a 4 horas por dia usando smartphones tendem a gritar e reclamar mais com os filhos.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores entrevistaram 549 pessoas que têm pelo menos dois filhos com idades entre 5 e 18 anos. Elas responderam a perguntas sobre hábitos digitais, estado emocional, funcionamento familiar e práticas parentais.

"Não são apenas as crianças que estão usando dispositivos eletrônicos. Os pais também usam mídias digitais por muitas razões e esse comportamento pode impactar seus filhos. Quando analisamos isso, precisamos considerar as motivações e quanto tempo os cuidadores passando com esses dispositivos", disse Jasmine Zhang, uma das autoras do estudo.

As descobertas da pesquisa revelaram que, na maioria dos casos, os pais recorrem à tecnologia para "escapar da realidade" e se distrair em momentos de angústia. E é justamente esse tipo de comportamento que faz com que eles se afastem da família, percam momentos de interação com as crianças e acabem sendo agressivos e rudes com os filhos.

Mas nem sempre a tecnologia é a grande vilã. A pesquisa mostrou também que, quando os pais gastam seu tempo no celular para manter conexões com pessoas próximas e queridas, eles costumam apresentar práticas parentais positivas, como ouvir as ideias das crianças e elogiá-las.

O experimento, porém, não analisou quais programas ou sites os adultos acessavam durante esse tempo ocioso em frente às telas. "Agora, precisamos considerar também as nuances que envolvem esses comportamentos digitais, porque alguns podem trazer consequências positivas, enquanto outros podem causar ainda mais sofrimento", explicou Dillon Browne, professor de psicologia da Universidade de Waterloo. 

Fonte: Rev. Crescer


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