'Cabelo cresce, mas a vida é uma só': cabeleireiro do ES faz corte gratuito se cliente doar cabelo para pessoas com câncer

O capixaba Antony Ferraz é cabeleireiro há mais de 10 anos e decidiu criar projeto para ajudar pacientes que lutam contra o câncer — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Foi quando uma cliente com câncer pediu para que o cabeleireiro Antony Ferraz raspasse o cabelo dela, que o profissional de Cariacica, na Grande Vitória, decidiu arranjar um jeito de contribuir com a autoestima das pessoas que precisam passar por essa situação.

Na ocasião, a mulher perguntou se o Antony tinha alguma peruca para venda, mas além do cabeleireiro não ter, não tinha ideia de como conseguir. Sensibilizado com a situação, ele decidiu tomar uma atitude.

"Ela veio raspar o cabelo e eu me sensibilizei. Ela queria muito uma peruca, mas não sabia como conseguir. Nem eu. Foi aí que decidi criar um projeto", lembrou Antony.

A partir daí, o cabelereiro passou a não cobrar nada para cortar o cabelo das clientes que se dispunham a doá-lo. Todos os fios adquiridos eram doados para instituições de combate ao câncer no estado.

No salão do cabelereiro, um cartaz incentiva as doadoras e encoraja as mulheres que passam pelo tratamento contra o câncer.

"Cabelo cresce, mas a vida é uma só", diz o cartaz fixado no salão de Antony.

Cabeleireiro acumulou fios suficientes para mais de 100 perucas. Todo o material foi doado para instituições de combate ao câncer no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Segundo ele todo cabelo pode ser doado, até com química, e para fazer uma peruca são necessários cabelos de até seis pessoas, com custo médio de R$ 2500.

Uma das instituições que recebem cabelos doados é a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer, a Afecc, ligada ao hospital Santa Rita, em Vitória. A instituição também mantém projetos que melhoram a renda e a autoestima de mulheres com câncer.

"Além do aspecto médico, físico, também damos cuidado integral para que que paciente realmente se sinta acolhida", contou a assistente social da Afecc, Bianca Beraldi Xavier.

Quando viu a diferença que podia fazer na vida de outras mulheres, a microempreendedora Marcelle Barcelos não pensou duas vezes e foi ajudar.

"Quando eu vi que pessoas poderiam ter uma felicidade recebendo o meu cabelo, o que não iria me fazer falta o tanto que faz para elas, eu me dispus", afirmou.

Fonte: G1

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