Entenda como atuava o grupo criminoso que fraudava chips de celular e roubava contas bancárias em todo o país


Grupo mudava a titularidade de linhas telefônicas para ter acesso ao dinheiro das vítimas nos aplicativos de uma instituição bancária.

A Polícia Civil informou nesta terça-feira (13) que prendeu na última quinta (8) um homem de 27 anos suspeito de ser o líder de uma organização criminosa que roubava dinheiro de contas bancárias de vítimas em todo o país. A prisão ocorreu no bairro São Cristóvão, em Vitória.

Segundo a polícia, os criminosos estavam se apoderando das linhas telefônicas das vítimas, fazendo transferências irregulares de titularidade. Uma vez em poder de chips correspondentes às linhas telefônicas das vítimas, o grupo conseguia obter os códigos de verificação necessários à instalação de aplicativos bancários.

Como funcionava o crime

Grupo criminoso que atuava até no exterior era dividido em diferentes funções — Foto: Polícia Civil

No Espírito Santo, parte desse grupo era responsável pela obtenção fraudulenta dos chips correspondentes às linhas telefônicas das vítimas.

Em seguida, a organização enviava para comparsas – alguns até mesmo fora do País – os códigos de verificação recebidos via mensagem de texto (SMS), que davam acesso às contas bancárias.

Usando histórias falsas, outros criminosos procuravam enganar as vítimas, fazendo com que elas, induzidas a erro, digitassem suas senhas bancárias em sites falsos do banco, abertos com o emprego de links de acesso maliciosos.

Diferentes ocupações no grupo

Recrutadores - Aliciam os demais personagens e não aparecem diretamente na ação criminosa, além de não terem seus nomes vinculados a essa atividade. Ou seja, acabam se expondo a um risco menor.
Ativadores - Funcionários da operadora que promovia a transferência fraudulenta da titularidade de linhas telefônicas a integrantes da organização;
Atores - Assumem a titularidade da linha telefônica e comparecem na loja para ter o chip obtido.

Após ter acesso a conta bancária da vítima, eles conseguiam subtrair todo o dinheiro. Essa organização criminosa atuava também em outros estados brasileiros e até no exterior.

As vítimas são dos estados de Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia, Paraná, Amazonas. Até o momento, das 24 pessoas identificadas, apenas seis chegaram a reportar ao banco ou à Polícia Civil a invasão nas contas bancárias. Ao todo, foram subtraídos delas mais de R$ 230 mil.

Ajuda de funcionários

A corporação ainda destacou que, por pouco menos de seis meses, a organização criminosa conseguiu se apropriar de cerca de 1 mil linhas telefônicas. Elas foram "roubadas" com a ajuda de dois funcionários de uma empresa terceirizada que trabalhavam em shoppings de Vitória e Vila Velha.

O primeiro desses profissionais, com a ajuda da operadora, foi identificado pela Delegacia de Crimes Cibernéticos ainda em 2020. Contudo, na ocasião, o suspeito foi liberado.

Já o segundo funcionário só foi identificado há pouco tempo, com a conclusão das apurações e a realização da prisão de um dos líderes do grupo.

Fonte: G1 ES


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