Lista de Natal da filha pedindo 'mais amigos' e 'menos bullying' deixa mãe arrasada; VÍDEO

Menina pede 'mais amigos' e 'menos bullying' de Natal — Foto: Reprodução/TikTok @thebolivers

Fim de ano chegando e diversas histórias envolvendo as cartinhas para o Papai Noel das crianças acabam ganhando repercussão. Recentemente, isso aconteceu com a lista de presentes de uma menina de 8 anos, que deixou sua mãe arrasada.

Suzy Boliver tem dois filhos e resolveu compartilhar os desejos da filha mais velha com seus seguidores. Entre os pedidos, que continham um mini iPad rosa e um iPhone 12, a garotinha incluiu “mais amigos” e “menos bullying”.

Na legenda da postagem feita na última terça-feira (6) no TikTok, a mãe escreveu o seguinte: “Eu não ia postar isso, mas quer saber... isso é ter 8 anos em 2022 e talvez devêssemos conversar sobre o assunto".

Em apenas quatro dias, o vídeo já foi visto mais de 3 milhões de vezes e recebeu mais de 6 mil comentários. A maioria das pessoas se solidarizou com a situação. “Dou aulas no ensino fundamental. Isso parte o meu coração”, escreveu uma pessoa. “Pobre criança! Leve isto na escola e exija uma ação”, disse outra. “Minha filha tem 8 anos, isso acabaria comigo”, afirmou mais um usuário da rede social. "O bullying afeta tantas crianças, mas melhora, só leva tempo, fique bem e muito amor para você e sua família", acrescentou outro.

Assista ao vídeo:

@thebolivers

I wasn’t going to post this, but you know what.. this is being 8 yrs old in 2022 and maybe we should be talking about it..

♬ Get You The Moon - Kina

Bullying: como lidar

Segundo o pedagogo Benjamim Horta, criador do Programa Escola Sem Bullying e diretor-fundador da Abrace Programas Preventivos, o bullying acontece quando são identificados três critérios ao mesmo tempo: repetitividade, intenção de causar mal-estar e desequilíbrio de poder.

Caso desconfie de que seu filho esteja sofrendo bullying, o melhor a se fazer é observar os indícios de alerta, promover um ambiente de acolhimento e buscar ajuda. "Crianças sempre dão sinais de que algo não vai bem. Fique atento se ela disser que quer desistir de alguma coisa, se tinha um hobbie e não quer mais ter, se fica irritadiça por um tempo prolongado. Uma mudança de hábitos alimentares, seja comer demais ou de menos, também é um alerta. Preste atenção também se o seu filho evita certos lugares, se muda de amizades muitas vezes, se passa muito tempo trancado no quarto, imerso no computador, ou se só usa roupas compridas, com mangas longas. Essa é uma forma de esconder cortes e lesões. É comum que os adultos não deem atenção aos dilemas emocionais dos filhos por acharem que é 'coisa de criança'", afirma Robert Paris, presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV).

É fácil perceber os sinais físicos, como hematomas, feridas, dores ou marcas pelo corpo, mas os pais precisam, principalmente, observar com atenção às mudanças de comportamento da criança. "Não podemos naturalizar e nem ignorar os sinais. Uma coisa pode começar pequenininha e, se não receber a devida atenção, virar um problemão. Se a criança já tem algumas questões internas, vai para escola e se depara com um cenário de bullying, ela passa a não se sentir vista e nem especial para ninguém", diz a psicóloga Ivone Ferreira Santos.

A melhor forma de evitar que qualquer problema mais grave ocorra ou continue acontecendo com o seu filho é ter um diálogo aberto com ele — todos os dias! Vale bater um papo na hora das refeições, na volta da escola, antes de dormir... Algumas perguntas simples podem ajudar a identificar sinais de alerta:
  • "O que de mais legal e de mais ruim aconteceu hoje no seu dia?"
  • "Hoje você teve algum sentimento diferente?"
  • "Qual amiguinho é o mais atencioso com você? O que ele fez para você hoje?"
  • "Me conta um motivo para voltar para escola amanhã?"
  • "Tem alguma coisa que você gostaria de mudar na sua escola?"

Caso entenda que ele realmente precisa de ajuda, não hesite em procurar apoio profissional e especializado. "É o acolhimento que salva, que faz com que a criança se desenvolva e não se sinta sozinha. E o contrário também é verdadeiro. Quanto mais só, mais perdida e desamparada a criança fica, mais ela vai entrar em um nevoeiro perigoso. Mostre que você sabe ouvir qualquer coisa. Diga ao seu filho: 'Quero ouvir', 'Eu quero te escutar', finaliza Robert.

Fonte: Crescer



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