Homem dado como morto estava pescando quando parentes viram que corpo em velório não era o dele



Familiares do pescador que foi confundido com um homem que morreu disseram que o parente havia saído para trabalhar sem avisar ninguém. O pescador foi dado como morto pela família, que disse só ter descoberto o engano depois de ver que estava velado um corpo que não era do parente. O caso aconteceu nesta semana em Piúma, no Sul do Espírito Santo, e a polícia vai investigar o que aconteceu.

Segundo parentes, o pescador Maciel Fernandes do Santos, de 41 anos, saiu para pescar em alto-mar e ficou incomunicável.

De acordo a sobrinha do pescador, Luanna Sant'anna, a confusão começou quando, na tarde de segunda-feira (9) houve um assassinato no bairro Céu Azul, também em Piúma.

"Chegaram lá em casa e falaram: 'olha, seu tio tá morto'"

"Chegaram lá em casa e falaram: 'olha, seu tio tá morto'. Foi aquele desespero e aí minha mãe e o meu irmão foram lá, mas os policiais não deixaram eles entrar. Eles viram só a cabeça dele. A cabeça estava toda cheia de sangue. O cabelo era idêntico ao do meu tio, e a cor negra também", disse a sobrinha.

Pescador Maciel Fernandes Santos Santana, em alto-mar, no ES. — Foto: Arquivo pessoal

Em seguida, segundo Luanna, os familiares começaram com os trâmites para a liberação do corpo, a fim de realizar o velório e o sepultamento da vítima.

A sobrinha disse que chegou a fazer pedido de doações para que a funerária preparasse o corpo que foi levado para o Serviço Médico Legal (SML).

"Quando conseguimos contato com o meu tio, ele disse assim 'gente, eu estou vivo! Eu estou aqui trabalhando, entendeu? Não tô morto, não'", disse a sobrinha do pescador .

Corpo velado duas vezes

De acordo com Luanna, o corpo chegou na capela mortuária às 8h de terça-feira (10). Quando abriram o caixão, viram que não era Maciel.

"Minha vó disse 'ôh meu Deus, não é meu filho, não!", contou Luanna.

A sobrinha do pescador disse ainda que uma funcionária da funerária levou o caixão para outro espaço da igreja, retiraram a roupa do corpo na tentativa de que os familiares identificassem a vítima.

"As pessoas disseram que não era Maciel, mas aí meu irmão disse que era e voltaram com o corpo pra igreja. O corpo voltou duas vezes para a igreja e, na segunda, a ficha [de que ele havia morrido] caiu pra nós. Eu comecei a chorar, comecei a passar a mão no morto", disse.

No entanto, outra amiga do pescador foi ao velório e disse que Maciel não tinha uma tatuagem com o nome "Andréia" como estava no corpo.

Contato com o pescador

Segundo Luanna, um amigo do pescador entrou no velório e disse que o Maciel estava pescando e que havia visto ele no dia anterior.

"Meu irmão que conseguiu entrar em contato com a colônia de pescadores e aí, pelo rádio, a gente conseguiu falar com o meu tio, que estava pescando em alto-mar. Ele estava em pescaria e bem sem saber de nada", disse a sobrinha.

Identificação

Uma jornalista que estava no velório identificou o homem que foi assassinado, Claudemir Moreira, de 36 anos. A profissional, que é amiga da família, entrou em contato com a enteada da vítima, Joyce Daniela Duarte, de 27 anos, e pediu que ela fosse até a funerária para reconhecer o corpo.

"Ele estava sumido, a gente estava procurando ele, mas a gente não achava. Ele estava velado por outra família. Em primeiro momento, senti um alívio muito grande. Só queria achar ele, seja vivo ou morto. Mas senti muita raiva, porque é muita covardia que era ele. E fiquei com muita raiva da família de ter falado que era outra pessoa. Eles conheciam o Claudemir. Para mim, foi uma mentira", disse a enteada.

Polícia Civil

De acordo com a Polícia Civil, inicialmente o corpo havia sido liberado para um familiar da vítima que reconheceu o corpo como sendo do seu irmão, já que o corpo permitia claro reconhecimento visual.

Com a nova identificação, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) abriu uma apuração interna para levantar informações sobre o fato.

A corporação disse ainda que, após o retorno do corpo ao SML, foi realizada a coleta das impressões digitais para fazer o exame de confronto papiloscópico com objetivo de identificar a vítima e, posteriormente, ser liberada aos devidos familiares.

Fonte: G1


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