PERIGO: Consumo de drogas sintéticas aumenta no verão; saiba quais os riscos à saúde

 

De acordo com o médico psiquiatra Vicente Ramatiz, as drogas sintéticas elevam a pressão arterial, corporal e a frequência cardíaca, além de causarem danos cognitivos já no primeiro uso.

Drogas sintéticas apreendidas pela Polícia Civil do Espírito Santo. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O verão é a estação propícia para aproveitar as festas, seja ao ar livre ou em ambientes fechados. No entanto, é também nestes meses do ano que aumenta o consumo de drogas sintéticas, como ecstasy, LSD e MD, principalmente entre os jovens, segundo a Polícia Federal do Espírito Santo.

Tais drogas são fabricada em laboratórios. No caso do escastasy, o nome técnico é 3,4 metilenodioximetanfetamina ou MDMA. Já o MD e o LSD têm a mesma derivação, mas são vendidas como "versões melhoradas''.

O perito Sérgio Cibreiros é responsável pela análise laboratorial das drogas apreendidas pela Polícia Federal no território capixaba, e explicou que todas as as substâncias sintéticas são potencialmente nocivas ao organismo.

"Não existe um controle de qualidade. Pode ser que alguns comprimidos tenham uma dose maior do psicoativo. A pessoa vai administrar de uma forma excessiva, então o risco é muito grande de ocorrer uma parada cardiorespiratória e levar a pessoa a morte", disse.

Comprimidos de ecstasy apreendidos no Espírito Santo. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O Superintendênte da Polícia Federal do Espírito Santo, Eugênio Ricas, disse ainda que o consumo dos alucinógenos aumentou porque a produção se tornou mais comum.

"Cada vez mais, mais pessoas têm acesso a como produzir essas drogas. Então, laboratórios caseiros têm sido montado, têm sido encontrados pela Polícia Federal. No Sul do Brasil isso é muito comum, mas também já encontramos no Espírito Santo pessoas que fazem essas drogas", diz.

Na tentativa de coibir a comercialização destas drogas, a Polícia Civil (PC) do Espírito Santo disse que adota um planejamento de segurança pública durante a estação para reforçar as ações policiais nos locais em que há aumento de circulação da população, como, por exemplo, nos municípios litorâneos.

Danos no primeiro uso

De acordo com o psiquiatra Vicente Ramatiz, drogas sintéticas atuam diretamente no cérebro, alterando a função de substâncias que fazem a ligação entre as células nervosas, os neurotransmissores.

O médico disse que esses entorpecentes elevam a pressão arterial, a temperatura corporal e a frequência cardíaca, e os danos podem ser neurológicos, psicológicos e cardiácos já no primeiro uso.

"Na parte neurológica, com uso mais prologado, pode desencadear doenças como Alzheimer e Parkison de forma precoce", disse.

Já os danos psicológicos, segundo Ramatiz, é grande preocupação.

"Os efeitos são mais imediatos, afetando a memória. É importante ressaltar que alguém que utiliza essas substâncias, mesmo uma única vez, vai causar uma lesão neurológico cérebro, algum dano cognitivo ele vai ter", disse.

Cartela de LSD apreendida no Espírito Santo. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Atenção aos pais

Ainda de acordo com o médico, os pais devem ficar atentos às mudanças de comportamento do filho, como, por exemplo, baixo rendimento escolar repentino, ansiedade constante, perda de interesse social, dificuldade de concentração e mudança de comportamento.

"Esses são alguns sinais de que pode ter algo de errado, de que pode existir uma dependência de droga sintética de forma escondida. Manter o diálogo é fundamental", disse.

G1 ES


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