Quem é pessoa mais velha do mundo após morte de freira francesa aos 118 anos

A irmã André, uma freira francesa que recebeu ordens sagradas em 1944, morreu em sua casa de repouso em Toulon.

A mexicana María Branyas, que vive na Espanha, se tornou a pessoa mais velha do mundo após a morte da freira francesa Lucile Randon — Foto: Divulgação/Residencia Del Tura

A pessoa mais velha do mundo, a freira francesa Lucile Randon, morreu aos 118 anos. Com seu falecimento, a pessoa mais velha do mundo agora tem 115 anos: María Branyas, que vive na Espanha.

Nascida no México em março de 1907, ela se mudou para São Francisco, nos EUA, dois anos depois, e chegou à província catalã de Girona durante a Primeira Guerra Mundial com seu pai, que era um jornalista espanhol. Ela teve três filhos (um dos quais completou 86 anos recentemente), 11 netos (o mais velho tem 60 anos) e 13 bisnetos.

Ela viveu por duas décadas em uma casa de repouso na cidade de Olot.

Em maio de 2020, antes de haver vacina contra coronavírus, ela teve Covid-19, mas se recuperou. Ela tinha 113 anos na época.

A francesa Lucile Randon, cuja morte foi anunciada na terça-feira (17/01), também é sobrevivente da Covid-19.

Segundo o Gerontology Research Group, grupo de pesquisas baseado em Los Angeles que faz um levantamento das pessoas mais velhas do mundo, Lucile Randon é a terceira pessoa que mais viveu na história da qual se tem registros verificados.

Ela morreu com 118 anos — 25 dias antes de completar 119.

A japonesa Kane Tanaka, que morreu no ano passado, tinha 119 anos. A pessoa mais longeva da qual se tem registros, segundo o Gerontology Research Group, é a francesa Jeanne Calment, que faleceu aos 122 anos em 1997.

Duas guerras mundiais e 27 chefes de Estado

Irmã André morreu em sua casa de repouso, em Toulon, aos 118 anos — Foto: Nicolas Tucat/AFP

Randon — que assumiu o nome de Irmã André quando foi ordenada em 1944 — morreu durante o sono em uma casa de repouso em Toulon, na França.

Nascida em 1904 no sul do país, ela sobreviveu a duas guerras mundiais e dedicou grande parte de sua vida ao catolicismo.

Quando perguntavam a ela qual era o segredo de sua longevidade, ela dizia: "só o bom Deus sabe".

Ao longo de sua vida, a irmã André viveu sob 27 chefes de Estado franceses diferentes.

Um porta-voz da casa de repouso deu a notícia da morte da freira a repórteres na terça-feira (17/01).

"É uma enorme tristeza, mas... era o desejo dela se juntar ao seu amado irmão. Para ela, é uma libertação", disse o porta-voz.

A irmã André dizia ser muito próxima de seus irmãos. Ela contava que uma das melhores lembranças de sua vida era de quando eles voltaram vivos da Primeira Guerra Mundial, onde lutaram.

"Isso era raro. Nas famílias, geralmente havia dois mortos em vez de dois vivos", disse ela a repórteres.

Cega e cadeirante, a Irmã André cuidava de outros idosos — alguns deles muito mais jovens do que ela.

Em entrevista em abril de 2022 à agência de notícias AFP, ela disse: "As pessoas dizem que o trabalho mata, para mim o trabalho me mantém viva. Eu trabalhei até os 108 anos".

Durante a mesma entrevista, ela disse que estaria melhor se estivesse no céu, mas que gostava dos prazeres da Terra, como comer chocolate e beber uma taça de vinho todos os dias.

A irmã André era a pessoa mais velha da Europa já há alguns anos. Ela entrou para o Guinness World Records em abril como a pessoa mais velha do mundo após a morte de Kane Tanaka, uma japonesa que viveu até os 119 anos de idade.

Ela já tinha aparecido no Guinness World Records antes. Em 2021, prestes a completar 117 anos, ela havia sido a pessoa mais velha no mundo a se recuperar da Covid-19.

Irmã André nasceu em uma família protestante, mas se converteu ao catolicismo e foi batizada aos 26 anos.

Ela ingressou em uma ordem de freiras conhecida como Filhas da Caridade cerca de 15 anos após sua decisão de se tornar católica.

Ela trabalhou em um hospital em Vichy, onde passou a maior parte da sua vida profissional — 31 anos.

Em uma de suas últimas entrevistas, ela disse: "As pessoas deveriam se ajudar e amar umas às outras em vez de se odiar. Se compartilhássemos tudo isso, as coisas seriam muito melhores".

Fonte: G1

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