Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Glaucoma revelou que 41% das pessoas entrevistadas não sabem o que é a doença. Médicos falam sobre a importância do diagnóstico precoce
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| Foto: Reprodução/Freepik |
Os números chamam a atenção e acendem um importante sinal de alerta. Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Glaucoma, 41% das pessoas entrevistadas não sabem o que é a doença. Além disso, 53% sequer fazem ideia de que o glaucoma possui a maior chance de um quadro de cegueira irreversível. Outros 47% nem imaginam que a condição pode ser hereditária.
Um outro quesito alarmante da pesquisa revela que metade dos portadores de glaucoma no Brasil ainda não está diagnosticada. É a primeira causa de cegueira irreversível no mundo.
Nesta sexta-feira (26), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Perigosa, a doença pode até mesmo levar à perda da visão. Caso não seja tratada logo no início.
“Esta é uma doença ocular crônica que afeta o nervo óptico e pode levar à perda progressiva da visão. Ela é caracterizada por danos no nervo óptico, causados principalmente pela pressão intraocular elevada. No entanto, em alguns casos, mesmo pessoas com pressão ocular normal podem desenvolver a doença”, explica o oftalmologista e presidente da Unimed Sul Capixaba Fernando Lemgruber.
É exatamente pelo fato de ser silenciosa que torna-se extremamente importante as visitas regulares ao oftalmologista, médico responsável pela saúde dos olhos.
"É uma lesão irreparável. Isso quer dizer que o que a pessoa perdeu de visão pelo glaucoma não tem como recuperar. É a principal causa de cegueira irreversível no mundo", enfatizou Caroline Yoshie Tamura, médica oftalmologista.
Glaucoma: uma doença silenciosa
Uma das grandes preocupações relacionadas ao glaucoma é exatamente o fato de ser silencioso, de maneira geral. Os sintomas costumam surgir, na maioria das vezes, já nas fases mais avançadas do problema.
"É uma doença assintomática. O que é isso? Que não apresenta sinais e sintomas. Pode apresentar algum sinal/sintoma nas fases mais tardias da doença quando a pessoa percebe que já não está enxergando muito bem. Nessa fase, já o estágio do glaucoma avançado. Um fase que já não tem muito o que ser feito para recuperar essa visão perdia", explica Caroline.
A médica disse também que pacientes, nessa etapa, podem apresentar a diminuição da acuidade visual (capacidade dos olhos de identificar o contorno e a forma de imagens ou objetos) e a perda do campo visual.
Em alguns casos, quando a pressão intraocular está mais elevada, a pessoa pode sentir dor de cabeça e dor nos olhos, por exemplo, até mesmo enjoos, náuseas e vômitos. É importante destacar que a pressão intraocular elevada é o principal fator de risco para a doença.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco para a doença estão: idade acima dos 40 anos, raça negra e históricos na família. Diabetes e o uso de corticoides também podem aumentar as chances de desenvolver o glaucoma. Tanto homens quanto mulheres podem ser acometidos pelo glaucoma.
A prevenção é a chave para evitar que o problema avance e é por meio do do exame oftalmológico de rotina que é possível detectar a doença logo no início e iniciar o tratamento o quanto antes.
Perda total da visão
Caroline explicou ainda que nem sempre ela vai culminar na cegueira completa, já que ao ser diagnosticada a tempo e apesar de não existir cura, será possível tratar a doença. "Existe tratamento, não existe cura. Existe tratamento para estagnar a doença, para não haver a progressão. Mas se a pessoa não procurar um tratamento a tempo, poderá perder a visão total", finaliza.
Fernando Lemgruber também falou sobre a importância do diagnóstico precoce e explicou que, de maneira geral, ele é feito por meio de testes que avaliam o campo visual do paciente, da medição da pressão intraocular e a avaliação da aparência do nervo óptico.
Como tratar o glaucoma?
após o diagnóstico realizado pelo oftalmologista, o tratamento da doença é definido. Ele pode ser feito com o uso de colírios que reduzem a pressão intraocular, terapias com laser ou cirurgias. Tudo dependerá de cada caso e da gravidade do problema.
Fonte: Folha Vitória
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