Laboratório em Campinas identifica 13 focos de gripe aviária em animais silvestres

Balanço considera estatísticas registradas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Unidade em SP é referência na América Latina; veja espécies afetadas. Não há casos em humanos no Brasil.

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou que o Laboratório de Defesa Agropecuária (LFDA) em Campinas (SP) registrou de 13 focos de gripe aviária em animais silvestres pelo Brasil, distribuídos em três estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Não há casos de contaminação em humanos no Brasil - veja mais detalhes abaixo.

A estrutura em São Paulo é a unidade de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) na América Latina e as estatísticas foram contabilizadas até o fim de maio. O levantamento obtido pelo g1 e pela EPTV, afiliada da TV Globo, mostra a seguinte distribuição:
  • Espírito Santo: 9 focos, nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares, Itapemirim, Serra e Piúma;
  • Rio de Janeiro: 3 focos, nas cidades de São João da Barra, Cabo Frio e Ilha do Governador;
  • Rio Grande do Sul: 1 foco, mas a cidade não foi mencionada.
Espécies

Em nota, o Ministério destacou que a gripe aviária foi identificada pelo LFDA em seis espécies que migram para diferentes países. São elas:
  • Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando)
  • Sula leucogaster (atobá-pardo)
  • Thalasseus maximus (trinta-réis real)
  • Sterna hirundo (Trinta-réis-boreal)
  • Magascops choliba (corujinha-do-mato)
  • Cygnus melancoryphus (cisne-de-pescoço-preto)
Ave Trinta-réis-de-bando — Foto: Antônio Vilela/Wikiaves

Apurações

Em nota, o Ministério explicou que suspeitas da gripe são investigadas em todas as classes de aves, mas até o momento não foram verificados registros na avicultura comercial. A pasta também se comprometeu a emitir nota, caso haja alguma mudança.

"Temos casos suspeitos sendo notificados a todo momento e a quantidade varia diariamente e isso é comum", diz texto ao destacar que as ações de vigilância foram intensificadas pela pasta.

Após circular no mundo por mais de duas décadas, a gripe aviária H5N1 teve os primeiros casos registrados em território nacional a partir de 15 de maio. Segundo o Ministério, trata-se de "influenza aviária de alta patogenicidade".

Doença em humanos

Ainda que os casos sejam raros, a doença pode ser transmitida para humanos e tem alta taxa de mortalidade, na faixa de 52%.

O g1 apurou que, até o momento, três pessoas foram infectadas nas Américas: nos Estados Unidos, Equador e Chile. Não há registros no Brasil.

O laboratório

O FDA em Campinas é o laboratório que faz a confirmação se o vírus é de alta ou de baixa patogenicidade na América Latina, incluindo casos no Brasil e países vizinhos.

"Temos outras unidades da rede de Laboratório Federal de Defesa Agropecuária aptos a realizar análises de Influenza Aviária. Caso haja aumento da demanda, são acionados para atuar [...] No caso dos outros países, o diagnóstico inicial é realizado pelos laboratórios oficiais locais, porém a confirmação destes casos é realizada por um laboratório de referência da OMSA", informa o texto.

Equipamentos e capacidade

A estrutura, diz o Ministério, tem uma estrutura biossegura nível NB3Ag, que permite a manipulação de patógenos sem risco de disseminação. A capacidade é de 500 exames PCRs por semana e todo processo de análise, "em situação de emergência", como a atual, segundo a pasta, leva um a dois dias.

Fonte: G1

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