Repórter foi diagnosticado com a doença há alguns anos e perdeu a memória, segundo o "Fantástico"
Foto: Renato Miranda/ TV Globo | Reprodução/ Fantástico | Montagem Terra
O repórter Maurício Kubrusly foi diagnosticado com demência frontotemporal anos atrás. A informação sensibilizou o público na noite desse domingo (20), em meio a homenagem feita pelo "Fantástico" durante o especial que celebra os 50 anos do programa.
"Maurício Kubrusly hoje vive no sul da Bahia com a esposa, Beatriz Goulart, e com Shiva, o simpático cachorro que o acompanha na praia. Deixou sua São Paulo do coração para mergulhar na natureza depois que foi diagnosticado com Demência Frontotemporal (DFT). A memória se foi, mas, como ele sempre diz, permanece sua enorme paixão pela vida e pela gente brasileira", disse o texto exibido pelo programa. As imagens mostraram o repórter, hoje com 77 anos, caminhando na areia.
A DFT trata-se de uma doença neurodegenerativa que provoca a perda progressiva das funções cerebrais. É a mesma que afetou o ator Bruce Willis, de 68 anos. Como seus primeiros sinais são muito sutis, o diagnóstico costuma ser difícil, geralmente confundido com outros problemas de saúde.
"Por exemplo, uma pessoa espontânea, que conversava bastante, começa a ficar mais apática, mais quieta. Pode-se achar que ela está começando um quadro psicológico de ansiedade, depressão", exemplificou o neurocirurgião Felipe Mendes, em entrevista anterior concedida ao Terra.
Por isso, o diagnóstico costuma ser concluído apenas com o avanço da doença e o aparecimento de outros sintomas. Um deles é a perda de inibição, como citado pelo neurocirurgião e pela geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, que também conversou com o Terra anteriormente.
Outros exemplos citados por eles são:
- o desenvolvimento de quadros depressivos
- mudanças de hábitos e gostos
- comportamentos estereotipados, como tiques e compulsões
- agressividade
- afasia
Diante desses fatores, a doença acaba por impactar o tempo de vida da pessoa acometida. Não se trata de uma sentença de morte, mas os médicos avaliam que, com a evolução de outras doenças associadas ao diagnóstico principal, a expectativa de vida do indivíduo com demência frontotemporal não costuma ir além de uma década após a manifestação dos sintomas.
Qual o tratamento para a demência frontotemporal?
"Tratamos o paciente, e não a doença", explicou a geriatra Simone de Paula. De acordo com ela, o objetivo do tratamento é levar alívio ao paciente e controlar os sintomas da doença para que ele tenha uma melhor qualidade de vida.
Além disso, tratamentos específicos devem ser adotados a depender dos sintomas desenvolvidos. Uso de antidepressivos e acompanhamento com fonoaudiólogo são medidas citadas como exemplo.
Doença de Bruce Willis
A demência que atinge o jornalista brasileiro é a mesma que acometeu o ator Bruce Willis, de 68 anos. No caso dele, a família tem se dedicado a entender e esclarecer melhor a doença enquanto cuida do artista.
Bruce precisou se aposentar das telas, mas ainda é possível vê-lo nas redes sociais. Registros postados pelos familiares exibem o ator ao lado da ex-mulher, a também atriz Demi Moore, da atual esposa de Bruce, Emma Heming Willis, e das cinco filhas de ambos os relacionamentos. Em março, todas se reuniram para celebrar o aniversário dele.
Fonte: Terra