Imagem foi compartilhada pelo procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego
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Na quinta-feira (5/10), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio identificou, o homem flagrado gritando ofensas racistas para uma pessoa negra na plataforma da estação de trem de Deodoro, na Zona Oeste do Rio, na tarde de terça-feira (3/10). Juan Manuel Taleb, de 56 anos, como divulgou o G1, é argentino, possui cidadania brasileira e vive em Santa Cruz. Um vídeo gravado por uma mulher que estava no local mostra o momento em que ele repete a frase: "Negros tinham que continuar escravizados por toda a vida". Ele será intimado a prestar depoimento na próxima semana, no inquérito que apura crime de racismo.
Segundo os investigadores, contra Juan existem dois registros de ocorrência por violência doméstica na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande.
A frase é repetida algumas vezes. E logo segue com o ataque: "Nego filho da p*. Tem que ficar escravo, escravo toda a sua vida. Escravo! Tem que ficar. Negro que acorda: ah, agora sou livre. Tem que ficar escravo".
O vídeo foi feito por uma psicóloga, que estava no local aguardando para embarcar num trem, e compartilhado pelo procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) em suas redes sociais.
"Operação caça racista! Um homem, que se disse argentino, escancarou seu racismo hoje (terça-feira) na estação de trem de Deodoro, no Rio. Vamos fazer com que ele responda por esse crime. Compartilhe para que o identifiquemos e, se tiverem informações sobre ele, podem me passar inbox", escreveu Mondego.
A psicóloga contou que estava acompanhada de uma amiga que havia caído e torcido o pé quando viu o homem gritando. Ele teria se alterado após levar um esbarrão de um homem negro. Esse homem não aparece nas imagens e, sim, uma mulher negra, que disse ser namorada do argentino.
— Ele estava bem alterado. Quando escutei o que estava falando eu não consegui acreditar. Falei que aquilo era racismo, que é crime. Ele falou que era argentino e também brasileiro e disse: "Pode gravar mesmo". Falei com a mulher negra que o acompanhava e ela disse que é namorada dele. Estava muito desconfortável — disse a psicóloga.
De acordo com ela, a equipe da SuperVia que foi socorrer a amiga que se acidentou não abordou o suposto argentino. Quando saía da estação e esperava um carro de aplicativo para ir a um hospital, a psicóloga encontrou um policial militar. Ela contou o que havia presenciado, mostrou o vídeo e disse onde o agressor estava:
— Ele foi educado, mas disse que sem a pessoa ofendida estar presente, seria complicado.
Em nota, a SuperVia afirmou que "não compactua com nenhum tipo de discriminação e repudia veementemente as falas ditas neste vídeo". A concessionária disse ainda que tomará as medidas cabíveis perante as autoridades competentes. E que, "em situações como essa, todos os colaboradores da SuperVia são orientados a registrar o caso para apuração interna e posterior registro perante os órgãos responsáveis".
Da Redação/Com informações da O Globo