Caso aconteceu com escritório de Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A Ordem dos Advogados (OAB) do estado montou uma força tarefa junto com a Polícia Civil e o Ministério Público para investigar os casos.
Um grupo se passou por advogado e extorquiu clientes de um escritório de advocacia em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. Mais de 50 pessoas receberam mensagens e oito caíram no golpe. Os golpistas falsificaram documentos com o selo do Tribunal de Justiça do estado. O prejuízo de uma das vítimas passa de R$ 30 mil.
A conversa chegou por mensagem para um cliente do escritório. O contato usa a foto de um dos advogados e identifica o cliente pelo nome completo, CPF e fala sobre o processo que o cliente tem com o escritório. Logo depois o grupo envia uma mensagem com um pedido de pagamento.
Pelo menos 50 clientes receberam a mesma mensagem. O perfil se passava pelo Ricardo Melro, que é advogado do escritório, mas não era ele que enviava os pedidos.
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Mais de 50 clientes receberam a mensagem dos golpistas — Foto: Reprodução/TV Gazeta
"A gente começou a receber os primeiros relatos de clientes que estavam sendo abordados por um número que não pertence ao escritório. Onde esse número falava que o processo tinha chegado ao fim e que havia um valor a ser liberado para os clientes e que para o cliente fazer o recebimento do valor, ele tinha alguns custos a pagar, que seriam alguns tributos", disse o advogado Ricardo Melro.
Oito clientes acabaram caindo no golpe e fazendo depósitos para os golpistas. As vítimas chegaram a pagar valores que variam de mil até R$ 30 mil.
"Esses contatos de golpe geram uma dor de cabeça gigantesca. Porque nós temos que justificar que não fomos nós que fizemos isso contra o cliente. O cliente sai insatisfeito, fica inseguro com o vazamento de dados e que infelizmente, por serem processos público, estão disponíveis na plataforma do tribunal", explicou a advogada Dayhara Silveira.
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Golpistas falsificaram selo do TJES — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Segundo os advogados, os cerca de 50 clientes foram orientados a registrarem um boletim de ocorrência na delegacia. O primeiro registro foi em outubro, mas nenhum dos responsáveis foi identificado.
Em um dos boletins, a vítima conta que chegou a depositar R$ 3 mil para a pessoa que se passava pelo advogado.
Com medo, nenhuma das vítimas quis gravar entrevista. O escritório também denunciou o crime na polícia e ainda aguarda uma investigação.
"Até o momento ainda não tive retorno da Polícia Civil, não fui chamada para prestar depoimento. Mas a gente aguarda, porque por mais que eu acredite que sejam vários laranjas envolvidos. A gente acredita que seja uma quadrilha extensa. E independente da situação, tem uma pessoa por trás, e acredito eu, que sendo investigado, vão conseguir acabar com essa quadrilha", contou Dayhara.
Força Tarefa
A Ordem dos Advogados (OAB) do Espírito Santo montou uma força tarefa junto com a Polícia Civil e o Ministério Público para investigar os casos.
"Nós não podemos permitir que situações como essa façam com que as pessoas imaginem que a advocacia é uma profissão criminosa. A advocacia está sendo vítima como qualquer outra categoria pode ser", disseram o presidente e o diretor da Comissão de Prerrogativas da OAB-ES, Caio Dal Col e Rodrigo Carlos de Souza .
A OAB orientou ainda que os advogados passem uma cartilha para os clientes deixando claro os procedimentos do escritório. A Polícia Civil não comentou as investigações.
Fonte: g1 ES