Onda de calor: município do Sul do ES já construiu torre que 'fazia chover' para diminuir temperatura na cidade; veja VÍDEO


Estrutura erguida no Centro de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, tinha 33 metros de altura e foi construída em 1992 pelo então prefeito Theodorico Ferraço para amenizar as altas temperaturas.

O calorão que atinge alguns estados do Brasil não é novidade para os moradores de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. A cidade, que já é conhecida pelo calor intenso, tentou driblar as altas temperaturas muito antes dos recordes registrados em 2023 ao construir uma torre que "fazia" chover, chamado de Monumento Divino Espírito Santo.

A estrutura começou a ser construída no município em julho de 1992. Localizada bem no Centro, a torre foi inaugurada dois meses após o início dos trabalhos, em 29 de setembro daquele ano. O idealizador foi Theodorico Ferraço, que estava no segundo mandato como prefeito da cidade.

Torre que ''fazia chover'' foi construída em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do ES, em 1992 — Foto: Reprodução

Ao todo, a obra custou mais de 200 milhões de cruzeiros, a moeda brasileira no início da década de 1990. A promessa era que a estrutura faria chover artificialmente num raio de 150 metros, com o objetivo de reduzir a temperatura em até 10ºC. O objetivo, no entanto, não foi alcançado.

Os habitantes que passavam pela região reclamavam que a água respingava nos óculos e desarrumava penteados. Além de ter feito com que pessoas andassem de guarda-chuvas só para transpassar a torre.

Atual deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Thodorico disse na época que a inspiração veio de um projeto semelhante na cidade de Barcelona, na Espanha.

"O projeto foi uma homenagem. Uma torre turística nos moldes de Barcelona. Hoje, o Rio de Janeiro tem também, mas houve erros no projeto", disse.

Estrutura grandiosa


Início da construção da "torre de fazer chover", em Cachoeiro de Itapemirim, em 1992. — Foto: Cedoc/ A Gazeta

Além de "torre de fazer chover", a estrutura ganhou vários apelidos, como "mijódromo", "chuveirão" e até "baleia-mãe". Apesar desses nomes menos gloriosos, o Monumento ao Divino Espírito Santo tinha na base 12 hastes metálicas que simbolizavam as Doze Tribos de Israel antiga, outra referência religiosa.

Na base, a torre de 33 metros de altura tinha uma pirâmide feita de concreto e revestida de mármore branco e granito preto. Ao longo da estrutura, foram afixadas chapas galvanizadas em forma de losangos nas cores do arco-íris. No topo, havia quatro canhões que jorravam água.

Por alguns meses, mais do que diminuir o calorão de Cachoeiro de Itapemirim, a torre se tornou um ponto turístico da cidade. Ainda no começo dos anos 1990, a estrutura também ganhou se tornou uma árvore de Natal gigante que enfeitava o Centro da cidade com milhares de luzes.

O que acha o idealizador da obra?

A "torre de chuva" foi projetada pelo arquiteto Paulo Pena Firma, mas acabou sendo desativada apenas dois anos após a inauguração. Cerca de uma década depois, em fevereiro de 2002, ela foi completamente desmontada.

Em entrevista para a TV Gazeta, Theodorico disse que durante os seis primeiros meses foi um sucesso total, mas a situação mudou logo em seguida.

"Depois passou a ser uma situação muito incômoda para os transeuntes”, comentou o ex-prefeito Theodorico Ferraço.

Para o desmonte, a estrutura foi serrada em quatro partes. A ferragem encaminhada para o Centro de Manutenção Urbana, no bairro São Geraldo, depois foi reutilizada para construção de pontes e passarelas na cidade. Atualmente, o espaço onde existia a torre, entre as praças Jerônimo Monteiro e dos Taxistas, deu lugar a vagas do estacionamento rotativo.




Fonte: g1 ES



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