Adolescente morre após ser atropelada por motorista alcoolizado enquanto caminhava com a mãe, condutor é liberado


Karen Moreira, de 16 anos, foi socorrida e levada para o hospital, mas não resistiu e morreu. Já o motorista foi liberado em audiência de custódia 24 horas depois do acidente.


Uma adolescente foi atropelada na última terça-feira (16), por um motorista de caminhão que estava alcoolizado em Jacaraípe, Serra, na Grande Vitória. Karen Moreira, de 16 anos, estava caminhando na ciclofaixa quando o condutor de um caminhão perdeu o controle do veículo, atingiu a menina e foi parar na contramão. A adolescente foi socorrida, mas não resistiu. Já o motorista foi liberado em audiência de custódia 24 horas depois do acidente.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, Karen estava com a mãe e uma amiga na ciclofaixa da Avenida Talma Rodrigues, quando o caminhão, que seguia sentido Parque Residencial de Laranjeiras, também na Serra, colidiu com o canteiro central e atropelou a adolescente. O condutor foi identificado como Eduardo Rodrigues, de 46 anos.

No documento consta ainda que a adolescente teve várias fraturas na bacia e na perna. Karen foi socorrida e levada para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, localizado na mesma cidade, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu na quarta-feira (17).



Motorista alcoolizado

De acordo com o Boletim de Ocorrência, o caminhão ficou parado onde bateu até os militares chegarem ao local. Eduardo foi convidado a fazer o teste do bafômetro, que prontamente aceitou e disse que havia tomado uma lata de cerveja por volta das 13h.

O homem foi, então, conduzido à Delegacia Regional da Serra, na Grande Vitória, onde foi autuado em flagrante por lesão corporal culposa, homicídio culposo na direção de veículo automotor e também embriaguez ao volante. Ele chegou a ser levado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).


Liberado em audiência de custódia

Cerca de 24 horas após o acidente, Eduardo Rodrigues passou por uma audiência de custódia realizada pela Juíza Raquel de Almeida Valinho, no Fórum Desembargador João Manoel de Carvalho, na Serra. Na ocasião, o condutor foi liberado por não ter antecedentes criminais, ter residência e emprego fixos.

"[...] Através do contato pessoal oportunizado pela audiência de custódia, indicam que a sua liberdade não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita, bem como é primário", informou a decisão.

Ainda de acordo com a decisão, apesar de liberado, Eduardo deve seguir as seguintes medidas cautelares:
  • Proibição de sair da cidade em que reside sem prévia autorização do juiz natural da causa;
  • Comparecimento a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado;
  • Proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados;
  • Comparecer em até 5 dias úteis a contar desta data ao juízo ao qual o presente Autorização de Provisória de Funcionamento (APF) será distribuído, com cópia de comprovante de residência, RG, CPF, CTPS e título de eleito.

Mãe pede por justiça

A mãe de Karen, que presenciou o acidente, pediu justiça pela morte da filha.


"Ele saiu de São Paulo para matar a minha filha aqui, bêbado. Ele destruiu uma família inteira", disse Lucinda Santos.

Lucinda disse ainda que Eduardo também não prestou socorro. "A pessoa abriu a porta da carreta. Ele saiu, ficou do lado, acendeu um cigarro e ficou assistindo o meu desespero", disse.

A mãe de Karen disse que a menina chegou a falar algumas palavras antes de ser levada para o hospital.

"Eu estava segurando ela e ela disse: 'mamãe, você me ama?'. Eu disse: 'amo muito, minha filha'. Ela disse pra eu manter a calma e chamar o motorista pra perdoar ele. Ela também perguntou: 'por que tudo isso tá acontecendo?'. Eu disse: 'Não sei, minha filha'", disse Lucinda.


Da Redação/Com informações do G1 ES




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