Maior fábrica de chocolates de América Latina produz 13 milhões de ovos e já está pronta para a Páscoa

 

Fábrica fica localizada em Vila Velha, Espírito Santo. Produção começou em junho de 2023, está sendo finalizada em janeiro deste ano e já está sendo distribuída para lojas de todo o país e no exterior. 


Para a maioria das pessoas, o início do ano significa verão, praia e carnaval. Mas, em janeiro, tem gente que só pensa em chocolate. Isso porque, mesmo faltando quase 2 meses para a Páscoa, a produção de ovos de chocolate está chegando ao fim na maior fábrica de chocolates da América Latina, que fica em Vila Velha, na Grande Vitória, Espírito Santo.

O processo para deixar tudo pronto para a Páscoa 2024 começou muito tempo antes, lá em junho de 2023. Todo ano na fábrica da Garoto uma área é montada exclusivamente para a produção de ovos de chocolate, nos seus mais variados sabores e tamanhos.

Este ano, 100% da produção de ovos do grupo Nestlé e Garoto estão saindo do Espírito Santo. São 13 milhões de unidades, cerca de 10% a mais do que em 2023. O processo iniciou em junho de 2023 e os últimos ovos estão sendo produzidos em janeiro de 2024 para chegarem a tempo em todo o país. E também no exterior, já que muitos produtos são levados para fora.

Para o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Jaime Recena, a expectativa é de que a Páscoa de 2024 tenha um crescimento em relação ao ano passado, mas a associação ainda não tem dados fechados para a Páscoa deste ano.

“As condições macroeconômicas do país indicam que teremos números positivos. O setor de chocolate, de janeiro a setembro de 2023, teve um crescimento de 10,6% na produção, representando 615 mil toneladas. O incremento deveu-se muito ao fim da pandemia, com o chamado consumo de indulgência. Nessa época do ano, a indústria customiza produtos e oferece um amplo leque de opções aos consumidores. Haverá, na Páscoa deste ano, produtos para atender todas as necessidades e públicos“, disse Jaime.


O caminho do ovo de chocolate

Todo o caminho começa em enormes tanques que abrigam os vários tipos de chocolate (amargo, ao leite, branco) ainda na forma líquida. Eles chegam até o espaço reservado para a Páscoa em tubulações que viajam pela fábrica, em vários dutos.


De lá, o chocolate líquido é despejado em fôrmas em diferentes formatos e, depois, passa por um processo de centrifugação. Na sequência, há um resfriamento que é responsável por criar a casca do ovo de chocolate.

"O chocolate de maneira líquida é produzido através dos ingredientes principais: manteiga de cacau, leite e açúcar. Esse chocolate é manuseado em uma outra área e ele vem aqui nessa área de produção de Páscoa. Os chocolates chegam em tanques, que cada um tem um sabor diferente. E aí sim eles são direcionados para a máquina para poder moldar e formar um ovo de Páscoa em si. O processo é enxuto, mas bem interessante", explicou Michey Piantavinha, diretor da fábrica.

Do início do processo, de quando o chocolate líquido vai nas fôrmas até o final, quando já está sendo embalado, são aproximadamente 50 minutos.


Depois que os ovos já estão moldados, ou seja, a casca já está pronta, eles passam por uma primeira embalagem de alumínio e recebem uma embalagem final, feita de acordo com cada sabor. Aquela embalagem que define os produtos. Após estarem embalados, eles vão para as caixas e são direcionados para o centro de distribuição da empresa para, aí sim, chegarem até as lojas.

"Os ovos vão para o Brasil inteiro e também para o exterior. De 3% a 5% dos ovos são exportados para os Estados Unidos e outros países. A distribuição acontece nos meses de dezembro e janeiro. Acho que em breve já vai poder ser visto dentro dos supermercados. A Páscoa alterou um pouquinho o calendário para nós, mas a gente consegue ajustar para entregar para todo mundo o portfólio de produtos, porque a Páscoa é um evento muito importante para a indústria de chocolate no Brasil e a gente tem que fazer essa adaptação para deixar os produtos disponíveis o mais cedo possível para o nosso consumidor", contou o diretor.


Cheiro que atravessa barreiras

A fábrica, que é uma das dez maiores do mundo, fica no bairro da Glória, em Vila Velha. Entre casas e muitas lojas, ao lado de um pólo de confecções. Os moradores podem dizer que têm o privilégio de viver em um bairro que tem cheirinho de chocolate.


"É uma verdade absoluta. Quando a gente vai se aproximando aqui da fábrica, por sem um bairro também residencial, você consegue sentir aquele cheiro de chocolate com baunilha e outras fragrâncias tão legais que existem no chocolate. A comunidade aqui fala muito disso pra gente. Inclusive, eles sabem até alguns momentos quando a gente tá produzindo cada bombom. Eles conseguem perceber isso, a relação da fabrica com a comunidade, e é muito bacana", comentou o diretor.


Geração de emprego

Cada ano em que a empresa começa a produção de ovos de Páscoa, são abertas vagas temporárias de emprego. Para a Páscoa de 2024, foram 350 contratados. Mas, depois dessa produção específica, há 50% de chance de efetivação. Oportunidades que surgem para muitas pessoas.


Larissa foi contratada para esse período e contou que as filhas ficam curiosas com a magia do chocolate e como são produzidos.

"Pra mim tá sendo muito gratificante trabalhar na linha de produção de ovos de Páscoa, que é um produto que todo mundo ama, principalmente as crianças, o encantamento delas. É uma oportunidade única, tô no meu segundo contrato, com a esperança de ser efetivada. Eu tenho duas filhas e elas amam saber qual produto que eu tô fazendo, qual sabor, se o cheiro que tem lá fora é o mesmo cheiro que tá aqui dentro, é muito legal", disse Larissa Nascimento, funcionária da empresa.

Com a Flávia foi assim. Começou como contrato temporário para o período da Páscoa e depois foi efetivada. E assim já se vão 12 anos de empresa.

"Eu comecei meu contrato aqui na Páscoa. Graças a Deus, todo evento de Páscoa a gente começa a produzir, eu volto pra cá. Pra mim, é muito gratificante porque eu amo trabalhar na Páscoa, é uma energia diferente. A gente sabe a alegria que a gente vai levar. Tanto para o pai, irmãos, tios, crianças, idosos. Então, a gente trabalha com muito carinho, amor, pra entregar um produto de qualidade, com segurança, boa aparência. A gente vem pra cá pra trabalhar com amor. Acaba criando uma família, a gente trabalha com as mesmas pessoas e cria um vínculo muito grande", comentou Flávia Bravin, funcionária da empresa.


E mesmo quem trabalha há anos com chocolate, não enjoa de comer sempre um pedacinho.

"Dá vontade sim, com certeza. Todo o dia, chega em casa bate aquela vontade, depois do almoço, antes de dormir, sempre tem um chocolatezinho lá esperando", contou Flávia.


Da Redação/Com informações do G1 ES



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