Pedro Henrique de 17 anos salvou duas crianças antes de ser levado pela água. Letícia Silva, de 15 anos, e Kauane Duarte, 16 anos, também morreram. Uma mulher de 43 anos está desaparecida, segundo o Corpo de Bombeiros de Paranavaí (PR).
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Pedro Henrique, de 17 anos, era atacante do club de Paranavaí — Foto: Arquivo pessoal |
'Ele foi um herói', diz mãe de adolescente que morreu após ser arrastado por cabeça d'água
Daiane do Santos Sterto, mãe de Pedro Henrique, de 17 anos, morto após ser arrastado por uma cabeça d'água em um ribeirão, em Paranavaí, no norte do Paraná, contou os momentos de pânico vividos na hora da correnteza.
Além de Pedro, Letícia Silva, de 15 anos, e Kauane Duarte, 16 anos, também morreram. Maria Gessé, de 43 anos, está desaparecida, segundo o Corpo de Bombeiros.
Como tudo aconteceu
O caso aconteceu por volta das 16h30 de domingo (17), momento em que um grupo de oito pessoas se refrescava na água do Ribeirão Paranavaí, na área rural.
Daiane contou à RPC que o grupo estava fazendo fotos no local para um evento, que irá ocorrer na igreja onde frequenta, segundos antes da correnteza arrastar as vítimas.
"Na hora de ir embora, tiramos as fotos, de repente veio muita água, a gente conseguiu nadar, seguramos no cipó... Quando olhei para trás veio muita água. Cada um segurava no cipó. O Pedro pulou e salvou as duas e trouxe para cima com o cipó, aí subiu para salvar a Ariele, colocou ela para cima e se soltou. Foi um herói", disse.
Daiane contou que pulou na água para tentar resgatar o filho, mas a força da água jogou ela para o fundo, quando retornou a superfície não viu mais o Pedro.
"Só clamava a Deus por misericórdia. Ia morrer ali. Subi correndo pedir ajuda. Tinha um Pitbull e subi na árvore e gritar, gritar, e gritar por socorro. Dai veio um rapaz salvar eles" falou.
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Daiane do Santos Sterto, mãe do Pedro Henrique, estava no momento em que a cabeça d' água levou as vítimas — Foto: Reprodução |
Os corpos dos jovens foram encontrados pelos militares em diferentes pontos em meio às pedras.
Morador ajudou no resgate
Tiago Domingos Duarte mora em um sítio ao lado do Ribeirão Paranavaí e auxiliou no resgate das vítimas. Ele escutou pedido de socorro vindo em direção do ribeirão eacionou o Corpo de Bombeiros
"Escutei os gritos lá de baixo. Desci lá e liguei para os Bombeiros. Só escutava os gritos, mas não dava pra ver, lugar de bem ruim acesso. Um amigo meu desceu, tirou uma mulher e mais duas crianças. A gente não via, só escutava os gritos e ia acompanhando", falou.
De acordo com o Simepar, no momento da enxurrada, choveu aproximadamente 53 milímetros na cabeceira do rio.
Local de difícil acesso
Equipes de Corpo de Bombeiros tiveram dificuldade de acessar o local onde os jovens foram encontrados por conta do alto nível do ribeirão, além das buscas pela 4° vítima.
Foram necessários equipamentos especiais para chegar até os pontos.
"A dificuldade é que não tem área nas margens para caminhar, precisa caminhar dentro do rio para fazer as buscas. Saímos ontem daqui por volta das 21h30", falou o sargento Oliveira.
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Cabeça d´água
Cabeça d'água é um aumento rápido e repentino do nível de um rio, lago ou cachoeira devido a chuvas em trechos anteriores ou mais altos do percurso.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a água apresenta uma mudança na coloração e passa a ter mais folhas e galhos.
Os bombeiros recomendam que as pessoas visitem estes locais sempre acompanhados de instrutores ou pessoas com experiência na região.
Quando o rio apresentar algum sinal de aumento do volume ou mudança da coloração, é preciso sair imediatamente do local e procurar pontos mais altos nas margens do rio.
Fonte: G1