"Mesmo sendo médico, me assustei quando Enrico, ao acordar, gritou que não conseguia andar", contou Alexandre Carlo, de Recife (PE), em suas redes sociais. O vídeo rapidamente viralizou. Entenda a condição que afetou o menino de 5 anos
"Mesmo sendo médico, me assustei quando Enrico, ao acordar, gritou que não conseguia andar. A gente colocava ele de pé, ele ficava sem conseguir firmar as pernas… Que susto! Estes últimos dias, ele vinha com febre e com virose de criança", contou o pai, Alexandre Carli (@dralexandrecarli), de Recife, Pernambuco, em um vídeo nas redes sociais. Nas imagens, ele aparece carregando o filho dentro do hospital. "Parece brincadeira, mas não é brincadeira. O assunto é serio", avisa ele. "Fiquem de olho, se a criança tiver uma dor muscular, levem no médico", alertou o pai.
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Na lagenda, ele contou que, passado o susto, ainda em casa, fez exame de força nas pernas do filho. "Mandei ele sentar na cama e empurrar minha mão fazendo resistência, e testei a sensibilidade e reflexo nos pé — estava tudo ok. Aí, comecei a fazer hipóteses, e uma delas foi miosite", conta. Alexandre entrou em contato com um colega, que é pediatra, e levou o menino para fazer exames de sangue. "A miosite inflama os músculos — neste caso específico, os músculos da panturrilha —, e a criança não consegue firmar a perna porque dói muito. Esta inflamação muscular é diagnosticada com um exame chamado CPK [creatinofosfoquinase — enzima do corpo humano, que está presente principalmente nos músculos], que mede a quebra muscular. A dele já saiu e está 10 vezes o normal", explicou.
"Este quadro pode acontecer em crianças após uma virose por influenza, enterovírus ou, principalmente, adenovírus", disse, e completou dizendo que a condição necessita de repouso, hidratação e medicação prescrita pelo médico, caso necessário. "De uma forma didática, é como se a criança tivesse corrido uma maratona e o músculo travasse. E se essa enzina chamada CPK subir demais, o risco é de causar alterações renais. Um dos tratamentos é fazer uma hidratação intensiva, para baixar o nível de CPK", explicou. "A melhora se dá usualmente de 48 a 72 horas. Porém pode haver complicações. Por isso, é importante o cuidado médico", alertou.
Fonte: Revista Crescer